Resumo

A doença de Parkinson (DP) é uma das doenças neurodegenerativas que mais acarreta distúrbios do movimento. Os distúrbios da marcha são um dos principais e mais incapacitantes sintomas, podendo apresentar velocidade de caminhada mais lenta. O treino em esteira é uma excelente opção para a reabilitação, pois pode resultar em melhorias na velocidade da marcha, além de ser acessível na maioria das clínicas de fisioterapia. Padrões sonoros rítmicos podem reduzir a quantidade de tempo necessário para os músculos responderem a um comando motor e otimizar assim a execução e sincronização do movimento. Além de tornar o padrão de recrutamento das unidades motoras mais consistentes, podendo ser, portanto, benéfico quando associado à marcha. O objetivo desse estudo foi analisar os efeitos do treino de marcha com estímulo auditivo em esteira sobre a velocidade de marcha em solo de pacientes com DP. Participaram do estudo sete indivíduos de ambos os gêneros, idade média 70,85(±9,95) com diagnóstico de DP idiopática, classificados nos estágios de I a III da escala de Hoehn Yahr. Foram divididos em dois grupos: três no grupo de treinamento com estímulo auditivo (GTEA) e quatro no grupo controle (GC). No primeiro dia os voluntários realizaram o teste de caminhada de 10m para avaliar a velocidade usual de marcha, a seleção da velocidade de preferência da marcha em esteira e foram familiarizados com o treino, que foi realizado três vezes por semana, por 30 minutos, durante seis semanas consecutivas. Todos os procedimentos de intervenção para os grupos foram realizados em uma esteira ergométrica com o uso de cinto de segurança conectado a um cabo de aço fixado a uma estrutura metálica de suporte para evitar quedas. No segundo dia, o GTEA realizou o treino de marcha em esteira com velocidade de preferência pré-determinada associado a estímulos auditivos advindos de um metrônomo ajustado a uma frequência 20% menor que a frequência de passo média da marcha em esteira. O GC realizou os mesmos procedimentos que o GTEA, porém sem estimulo auditivo. A cada duas semanas, foi refeita a avaliação dos grupos incluindo velocidade de preferência em solo e em esteira. A velocidade média e o desvio padrão inicial e final para o grupo GTEA foram respectivamente 1.06 (±0.22), 1.17 (±0.16) e para o GC 0.94 (±0.31), 1 (±0.29). Ambos os grupos apresentaram tendência de melhora na velocidade da marcha em solo. Tal fato será confirmado, ou não, com a realização completa do estudo. Conclui-se que o treino de marcha com EA em esteira para a amostra apresentou tendência de melhora na velocidade de marcha em solo.

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