Efeito do exercício com restrição de fluxo sanguíneo contínua e intermitente na hemodinâmica
Por Hidayane Gonçalves da Silva (Autor), Simoni Teixeira Bittar (Autor), Maria Socorro Cirilo-Sousa (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 26, n 6, 2020.
Resumo
O exercício de força com restrição de fluxo sanguíneo (RFS) consiste no uso de cargas baixas (20-30% de 1RM) associado à restrição de fluxo sanguíneo para melhorar o desempenho físico. A restrição pode ser realizada de forma contínua ou intermitente; contudo, não está claro como isso afeta a hemodinâmica de mulheres com hipertensão.
Objetivo:
Analisar o efeito agudo do exercício de força (EF) no membro superior e inferior com restrição de fluxo sanguíneo (RFS) contínua e intermitente sobre as variáveis hemodinâmicas em mulheres hipertensas.
Métodos:
Treze mulheres com hipertensão controlada (entre 40 e 65 anos de idade) foram submetidas a oito protocolos experimentais em um estudo randomizado, cruzado e contrabalançado, sendo quatro sessões de exercícios para o membro superior direito (flexão de cotovelo) e quatro sessões de exercícios para o membro inferior direito (extensão de joelho). As medidas das variáveis pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e frequência cardíaca (FC) foram realizadas antes, durante, imediatamente depois e nos minutos 15, 30, 45 e 60 no período pós-exercício.
Resultados:
Observou-se que não houve interações significativas entre protocolos × segmentos × tempo, protocolos × segmentos, protocolos × tempo, segmentos × tempo, protocolo, segmento e tempo nas variáveis PAS, PAD e FC e durante e depois do EF (p > 0,05). Embora todos esses protocolos tenham elevado significativamente a PAS, PAD e FC, os valores permaneceram dentro da normalidade. Os protocolos do estudo não promoveram efeito hipotensor.
Conclusão:
O EF de baixa carga combinado com RFS contínua e intermitente, no membro superior e inferior, parece promover alterações similares nas variáveis hemodinâmicas em mulheres hipertensas. Nível de evidência II; Estudo clínico randomizado.