Resumo

30/06/2020
Fundamentação: O exercício aeróbio contínuo é uma das principais recomendações não farmacológicas para a prevenção e tratamento da hipertensão arterial sistêmica. O exercício aeróbio contínuo é seguro do ponto de vista cardiovascular e eficaz para reduzir a pressão arterial cronicamente, bem como nas primeiras horas após sua realização, fenômeno conhecido por hipotensão pós-exercício. O exercício intervalado de alta intensidade também proporciona hipotensão pós-exercício. A partir disso, a presente tese tem o objetivo de comparar e sumarizar o efeito agudo do exercício aeróbio contínuo vs exercício intervalado de alta intensidade sobre a hipotensão pós-exercício (clínica e ambulatorial) por meio de uma revisão sistemática e metanálise. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática e metanálise de estudos publicados em revistas indexadas nas bases PubMed, Web of Knowledge, EMBASE, Scopus e Cochrane CENTRAL até maio de 2020, que compararam a magnitude da hipotensão pós-exercício entre o exercício aeróbio contínuo versus exercício intervalado de alta intensidade. A hipotensão pós-exercício clínica foi definida entre 45-60 minutos pós-exercício. Já a hipotensão pós-exercício ambulatorial foi definida entre 14 e 24 horas pós-exercício. As diferenças entre grupos sobre a pressão arterial foram analisadas por meio do modelo de efeito aleatório. Os dados foram reportados como diferença média ponderada (WMD) e 95% de intervalo de confiança (IC %95). Um p-valor menor que 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. A escala TESTEX (0-15) foi usada para verificar a qualidade metodológica dos estudos. Resultados pressão arterial clínica: Maiores reduções sobre a pressão arterial sistólica e diastólica foram observadas nos indivíduos normotensos (-1,12 e -1,17 mmHg), pré-hipertensos (-2,76 e -1,20 mmHg) e hipertensos (-6,53 e -1,67 mmHg) após a realização do exercício intervalado de alta intensidade, quando comparado ao exercício aeróbio contínuo. A metanálise demonstrou efeito significativo do exercício intervalado de alta intensidade sobre o exercício aeróbio contínuo na pressão arterial sistólica de indivíduos pré-hipertensos (WMD: -3,35 mmHg [IC 95%: -6.38, -0,33], p = 0,003) e hipertensos (WMD: -4,63 mmHg [IC 95%: -8.96, -0,30], p = 0,004). Resultados pressão arterial ambulatorial: os resultados da metanálise demonstraram que o exercício intervalado de alta intensidade gerou hipotensão ambulatorial pós-exercício de maior magnitude sobre a pressão arterial sistólica (média e período vigília) e diastólica (período vigília), em comparação ao exercício aeróbio contínuo. Conclusão: Tanto o exercício intervalado de alta intensidade como o exercício aeróbio contínuo proporcionaram hipotensão pós-exercício clínica e ambulatorial nos diferentes grupos analisados. No entanto, o exercício intervalado de alta intensidade demonstrou hipotensão pós-exercício clínica de maior magnitude principalmente sobre a pressão arterial sistólica de indivíduos pré-hipertensos e hipertensos. Em relação a hipotensão ambulatorial, o exercício intervalado de alta intensidade gerou hipotensão de maior magnitude sobre a pressão arterial sistólica (durante a média e vigília) e diastólica (durante a vigília) quando comparado ao EC.

O trabalho não possui divulgação autorizada

Acessar