Resumo

Introdução: O exercício físico tem sido indicado como uma importante intervenção contra fatores de risco cardiovasculares, uma vez que pode atenuar o aumento da lipemia e estresse oxidativo após o consumo de uma refeição hiperlipídica (RH). Em contrapartida, pouco se sabe sobre a intensidade do exercício mais eficaz para causar redução da curva lipêmica e estresse oxidativo. Objetivo: Comparar o efeito de duas sessões isocalóricas de exercício físico em diferentes intensidades sobre a curva lipêmica e marcadores de estresse oxidativo em sujeitos saudáveis submetidos à refeição hiperlipídica. Metodologia: Onze sujeitos eutróficos do sexo masculino, fisicamente ativos, com idade média de 23 ± 3 anos participaram de um experimento composto por 3 diferentes protocolos com dois dias consecutivos cada. No dia 1, os sujeitos realizavam um dos três protocolos que foram realizados de forma randomizada: exercício em baixa intensidade (BI); exercício em moderada intensidade(MI); e repouso (Rep). No dia 2, 12h após a realização dos protocolos, os sujeitos consumiam uma RH (50% de Lipídeos, 35% de Carboidratos e 15% de Proteínas). As coletas de sangue para análise de Triglicerídeos (TG), Colesterol Total (CT), HDL, LDL, Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS), Nitritos e Nitratos (NOx) e Tióis Totais foram realizadas no momento basal e a cada hora de 1 à 5h após o consumo da refeição. Resultados: O BI apresentou menores níveis de TG comparado ao Rep no momento 4h, já o MI atenuou os níveis de TG, em comparação ao Rep, nas horas 3, 4 e 5 (p<0,05). Não houve diferença entre BI e MI para TG. Em relação à área abaixo da curva (AUC) de TG, ambos os protocolos de exercício reduziram significativamente esta variável em comparação ao Rep (p<0,05). Houve diferença significativa entre as concentrações de TBARS nos protocolos BI e MI comparado ao Rep no momento 1h (p<0,01), dessa forma o exercício foi capaz de reduzir os níveis de TBARS no momento pós-prandial. O BI apresentou menores níveis de AUC de TBARS e maiores níveis de AUC de NOx em comparação ao Rep (p<0,02). No momento basal, o MI apresentou maiores valores de TBARS comparado ao BI (p<0,04). No mesmo momento, o BI apresentou maiores concentrações de NOx do que o Rep (p<0,01). Não foram encontradas diferenças entre os protocolos para os níveis de CT, LDL, HDL e Tióis Totais. Conclusão: Tanto o exercício em BI quanto em MI são eficazes para atenuar a lipemia e os marcadores de estresse oxidativo pós-prandiais. Além disso, existe um efeito subagudo do exercício de BI, que reduz os níveis basais de TBARS e aumenta os níveis de NOx em relação ao exercício de MI e Rep.

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