Resumo

Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, o diabetes mellitus do tipo 2 é a forma presente em 90% dos casos e é caracterizado por defeitos na ação e na secreção de insulina. O exercício físico tele-supervisionado tem sido atraente do ponto de vista custo-efetivo e poderia superar barreiras existentes para a prática de exercício físico, além de já demonstrar efeitos positivos na saúde cardiovascular e capacidade física e funcional de indivíduos com diabetes do tipo 2. Objetivo: Avaliar o efeito de 12 semanas de exercício físico tele-supervisionado nas variáveis hemodinâmicas e funcionais de mulheres idosas com diabetes do tipo 2. Métodos: 10 mulheres idosas (61,5 ± 3,1 anos), com diabetes do tipo 2 (diagnosticadas há pelo menos 6 meses) e insuficientemente ativas (avaliadas pelo Questionário Internacional de Atividade Física - IPAQ), tiveram a pressão arterial (PA), rigidez arterial (pelo método velocidade da onda de pulso carotídeo-femoral, VOP), flexibilidade (teste de sentar e alcançar), força e preensão palmar (dinamômetro de punho hidráulico), força de membros inferiores (teste de sentar e levantar cinco vezes, TSL), agilidade e equilíbrio dinâmico (timed up and go) e desempenho aeróbio (teste de caminhada de seis minutos, TC6) avaliados antes e após 12 semanas de exercício físico tele-supervisionado. A intervenção foi composta por exercício aeróbio somado ao resistido (exercícios com peso corporal), em intensidade moderada (percepção subjetiva de esforço de 11 a 14 - pela escala de 6 a 20 de Borg), cinco vezes na semana e por 60 minutos, prescrito e monitorado à distância por aplicativo de smartphone (aplicativo Ativie). Todas as voluntárias tiveram familiarização prévia sobre a execução e funcionalidade do aplicativo. Utilizou-se Test T de Student para análise dos dados. Resultados: Após 12 semanas de intervenção, houve redução da PA sistólica de repouso (- 4 mmHg, P < 0.005), melhora no desempenho do teste de sentar e alcançar (+ 2,2 cm, P < 0.023), TSL cinco vezes (-1,03 s, P < 0.004) e TC6 (+15,25 m, P < 0.045). Entretanto, houve piora no teste de força e preensão palmar (-3,93 kgf, P < 0.023). Não houve diferenças significativas em outras variáveis do estudo (Tabela 1). Conclusões: O exercício físico tele-supervisionado pode ser uma ferramenta segura e eficaz para melhorar a PA sistólica de repouso e a maioria dos testes funcionais de mulheres idosas com diabetes do tipo 2 que eram anteriormente inativas. Mais estudos são necessários (com maior N amostral e mais tempo de treinamento) para melhor elucidar esses resultados.

Acessar