Resumo

Introdução: A necessidade de estabelecer a relação entre as flutuações hormonais do ciclo menstrual (CM) e a performance de mulheres treinadas e a influência do método GVT, nos parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) de mulheres em cada fase do ciclo menstrual. Sendo assim, é importante identificar se alguma fase do ciclo menstrual é mais apropriada para realizar treinamento mais intenso e de maior volume e o seu impacto nas variáveis autonômicas. E, ainda, se existe um tempo adequado para recuperação após a realização do GVT nas diferentes fases do ciclo. Objetivo: Avaliar o efeito do German Volume Training (GVT) na variabilidade da frequência cardíaca em diferentes fases do ciclo menstrual em mulheres jovens. Material e Métodos: Participaram do estudo 9 mulheres (21 a 31 anos), fisicamente ativas há pelo menos um ano, que treinavam força no mínimo três vezes por semana. Para iniciar o protocolo, as participantes compareceram ao laboratório em jejum (pelo menos 8 horas). Em seguida, ficavam em repouso em decúbito dorsal por 10 minutos, após isso era medida a variabilidade da frequência cardíaca em repouso por 5 minutos. A seguir, foi realizado a coleta de sangue para análise da concentração sanguínea dos hormônios Estrogênio e Progesterona. Ao fim da coleta de sangue, foi oferecido uma refeição padronizada. O protocolo GVT iniciou após 1 hora da ingestão da refeição. Inicialmente foi realizado o aquecimento de uma série de 10 repetições, com 50% da carga obtida no teste de 1 RM. Após dois minutos de intervalo, era realizada a primeira série do protocolo (80% de 1 RM). As participantes foram orientadas a realizar 10 séries até a falha concêntrica, com intervalo de 1 minuto entre cada série no aparelho leg press 45°. Ao final de cada série foi utilizado a escala de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE - OMINI). A coleta da VFC foi nos momentos pré-exercício, imediatamente após, 24 e 48 horas, o tempo de coleta foi de 5 minutos. Resultados: A concentração do hormônio progesterona foi maior significativamente (p = 0,0001), na fase lútea quando comparado com a fase folicular. Não houve diferença significativa para a concentração de estrogênio. A carga no teste de 1 RM foi estatisticamente maior (p = 0,0065) na fase lútea (174,67 ± 53,89 Kg) comparado com a fase folicular (167,67 ± 48,74 Kg). Na VFC a ANOVA two-way revelou que não há efeito da interação entre tempo e as fases do ciclo menstrual no domínio do tempo (FC, SDNN, RMSSD, PNN50). Também não houve diferença estatística entre as fases, porém, há efeito do tempo. Houve diferença significativa em relação ao pré, e, 24 e 48h em relação ao pós. Não foi mostrado diferença significativa 24 e 48h em relação momento pré. Além disso, no domínio da frequência (LF, HF, LF:HF) não há efeito da interação entre tempo e as fases do ciclo menstrual. Também não houve diferença estatística entre as fases e efeito do tempo. Conclusão: O método de treino German Volume Training foi capaz de alterar de forma significativa o balanço simpato-vagal logo após sua execução. No entanto, o mesmo não ocorreu para os momentos 24 e 48h após. O volume total de treino não se mostrou diferente nas fases do ciclo menstrual.

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