Efeito do resfriamento corporal na percepção subjetiva de esforço em atletas tetraplégicos submetidos a uma sessão de exercício aeróbico
Por Bruno Lourenço Pinto Coelhoi (Autor), Marco Tulio de Mello (Autor), Ingrid Ludmila Bastos Lobo (Autor), Felipe Emanuel dos Santos Coimbra (Autor), Maria Eduarda Machado Martins (Autor), Larissa Cristina de Abreu Duarte (Autor), Samuel Penna Wanner (Autor), Andressa Silva (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
: Indivíduos tetraplégicos apresentam interrupção de impulsos ao centro termorregulador no hipotálamo, causando comprometimentos nas ações dos mecanismos simpáticos que induzem a vasodilatação periférica e a sudorese para dissipação do calor pela evaporação. Devido a isso, observa-se que atletas tetraplégicos podem apresentar maior percepção subjetiva de esforço (PSE), quando submetidos ao exercício em ambiente quente. Assim, métodos de resfriamento têm sido avaliados para compensar a ausência de respostas termorregulatórias em ambientes quentes. OBJETIVO: Comparar os efeitos de dois métodos de resfriamento na percepção subjetiva de esforço de tetraplégicos submetidos a uma sessão de exercício aeróbico em ambiente quente. MÉTODOS: Participaram nove sujeitos do sexo masculino (36,5 ±6,7 anos), com lesão medular entre os segmentos C5 e T1 e classificados como tetraplégicos. Os voluntários realizaram três condições experimentais distintas: controle (sem resfriamento); colete de resfriamento; e pulverização de água sobre a pele. A duração de cada condição foi de 30 minutos de exercício constante em cicloergômetro de braço. Os experimentos foram realizados em câmara ambiental com temperatura de 32ºC e umidade relativa do ar entre 50-60%. A PSE foi avaliada a cada três minutos durante os 30 minutos de exercício pela escala de Borg (1982) que varia de 6 a 20, de "muito fácil" a "exaustivo", respectivamente. Para as análises inferenciais, utilizou-se a ANOVA two-way (condições experimentais vs. tempo de exercício) com medidas repetidas e post hoc de Tukey, valor de significância de p ≤ 0,05. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças significativas entre as condições colete e pulverização, quando comparadas à condição controle. A pulverização apresentou efeito na PSE a partir do 18º minuto do exercício e o uso de colete de resfriamento causou efeito a partir do 21º minuto do exercício. As médias da PSE para cada situação, foram: Colete (10,22±1,35), Pulverização (10,04±1,39) e Controle (12,03±1,78). CONCLUSÃO: O resfriamento corporal diminuiu a PSE de atletas tetraplégicos. Estima-se que o uso de pulverização de água sobre a pele ou colete de resfriamento possam prolongar o tempo de manutenção do exercício físico em ambientes quentes. Destaca-se que a fadiga está relacionada com o aumento de temperatura corporal, portanto mecanismos de resfriamento são importantes para o controle térmico e possibilitam maior tempo de exercício até a exaustão