Efeito do tabagismo, atividade física e obesidade sobre os valores de proteína c reativa em adultos jovens de ambos os sexos: coorte de 12 meses
Por Caroline Cristina Anzolin (Autor), Manoel Carlos Spiguel Lima (Autor), Rômulo Araújo Fernandes (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Vários estudos têm apontado que o tabaco é a maior causa de morte em diversos países. A combustão do cigarro gera espécies reativas de oxigênio, que comprometem principalmente as vias aéreas superiores. Em virtude da dificuldade de fumantes abandonarem o hábito de fumar é necessário entender se o controle de fatores de riscos metabólicos e cardiovasculares influencia em possíveis alterações de marcadores inflamatórios. OBJETIVO: Avaliar o comportamento de alguns marcadores inflamatórios após um acompanhamento de 12 meses em adultos jovens. MÉTODOS: Estudo transversal foi realizado e, posteriormente, uma coorte de 107 indivíduos de ambos os sexos de 12 meses. Todos os potenciais participantes selecionados foram inseridos no experimento para se ajustar aos critérios de inclusão: (i) com idade entre 30 e 50 anos; (ii) sem história prévia de acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco; (iii) sem amputação ou problemas visuais decorrentes do diabetes mellitus. Inicialmente, o experimento consistiu de três questionários (anamnese [história da doença, uso de medicamentos, dieta e hábitos de fumar e álcool]). Em todos os participantes foram medidos: (i) antropométrica (peso corporal, estatura e circunferência da cintura), (ii) composição corporal (raio absorptiometria de dupla energia), (iii) pedometria (usado por um período de sete dias, que foi colocado na altura da cintura e removido apenas nas horas de sono durante o banho e), (iv) pressão arterial e (v) análise sanguínea (glicose, insulina e C-reativa ultra-sensível). Todos os procedimentos experimentais foram idênticos para duas fases: a primeira (n = 122) e ao fim de 12 meses (n = 107). RESULTADOS: adultos fumantes (57,1% [IC 95% = 35,9% a 78,3%]) apresentaram maior ocorrência de alta inflamação do que os adultos não fumantes (25,6% [IC 95% = 16,3% a 34,8%] com o valor de p = 0,012). Fumar permaneceu associado com valores elevados de inflamação durante a coorte (OR = 3,87 [IC95% = 1,44-10,44]), mesmo após ajustes por NAF (OR = 0,23 [IC95% = 0,06-0,92]), % GC (OR = 2,96 [IC95% = 1,13-7,74]) e HOMA-IR (OR = 1,63 [IC95% = 0,60-4,43]). CONCLUSÃO: O cigarro foi associado com a manutenção de níveis elevados de PCR e o excesso de gordura e inatividade física ambos contribuem de forma independente para manter este processo inflamatório.