Efeito do Treinamento Aeróbico, do Treinamento de Força Muscular e do Treinamento Combinado na Pressão Arterial e na Frequência Cardíaca de Repouso em Homens Normotensos
Por R. Gonçalves (Autor), V. A. S. dos Santos (Autor), V. A. P. Bittar (Autor), A. S. Ferreira (Autor), H. F. Campos (Autor), J. G. Rodrigues (Autor), G. A. Soares (Autor).
Resumo
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, sendo um destas a hipertensão arterial sistêmica que se caracteriza por níveis elevados e sustentados da pressão arterial (PA). O exercício físico pode levar a um melhor controle da PA e sabe-se que indivíduos com maiores níveis de aptidão física têm um menor risco de desenvolver hipertensão. Somado a isto, pessoas com menores frequências cardíaca em repouso (FC) têm uma menor probabilidade de desenvolverem cardiopatias. Este tudo comparou o efeito do treinamento aeróbico, de força e combinado nas pressões arteriais sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) e na FC de repouso em homens normotensos e sedentários. Foi realizado um ensaio clínico aleatorizado dividido em três grupos experimentais e um grupo controle. Participaram 39 homens de 30 a 57 anos, sedentários, aparentemente saudáveis e normotensos. O estudo teve aprovação do COEP-UFMG (Parecer 264.755) e os voluntários assinavam a um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Cada grupo experimental realizou uma modalidade de treinamento (aeróbico, força ou combinado) por três vezes semanais durante doze semanas. Foi realizada avaliação pré e pós-intervenção para os quatro grupos para aferir PA e FC utilizando um aparelho automático validado e seguindo recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os dados foram comparados pré e pós-intervenção pelo teste t de student e a variação entre pré e pós-intervenção foi analisada entre os grupos pela ANOVA oneway. Para análise utilizou-se o programa SPSS (versão 17.0) e o nível de significância adotado foi p<0,05. Os resultados mostraram que não houve variação significativa da PAS, PAD, PAM e FC nos três grupos de treinamento entre pré e pósintervenção. Apenas a variação da FC entre pré e pósintervenção dos Grupos Aeróbico (p=0,003), Força (p=0,003) e Combinado (p=0,032) apresentaram diferenças significativas quando comparada ao Grupo Controle. Os resultados sugerem que o treinamento físico com duração de doze semanas e frequência de três vezes semanais, seja ele aeróbico, de força ou combinado, leva a melhora em parâmetros do nível de condicionamento físico, mas não o suficiente para reduzir a pressão arterial de modo significativo em homens que já são normotensos. Apesar disso, o exercício físico se faz necessário não só para a prevenção de patologias cardiovasculares, mas também para uma promoção do bem estar físico, psíquico e social de seus praticantes.