Efeito do treinamento aeróbio sobre os riscos cardiometabólicos, associados ao polimorfismo de nucleotídeo único do gene adipoq em adolescentes
Por Maiara Cristina Tadiotto (Autor), Tatiana Aparecida Affornali Tozo (Autor), Patricia Ribeiro Paes Corazza (Autor), Francisco José de Menezes Junior (Autor), Frederico Bento de Moraes Junior (Autor), Katia Sheylla Malta Purim (Autor), Luciane Viater Tureck (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Evidências demonstram que o polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) +276G>T do gene ADIPOQ está associado à obesidade e aos riscos cardiometabólicos (FRCM). Há lacuna quanto ao efeito do treinamento em adolescentes com predisposição genética. OBJETIVO: Analisar o efeito do exercício aeróbio sobre os FRCM em adolescentes, sob a influência do SNP +276G>T. MÉTODOS: Participaram do estudo 122 adolescentes, de ambos os sexos, com idade entre 11 e 16 anos, divididos em grupos, de acordo com os genótipos GG (alelo usual) e GT+TT (alelo T). Constituindo-se de exercícios (GE): GE-GG (n=43); GEGT+TT (n=35) e controles (GC): GC-GG (n=16) e GC-GT+TT (n=28). Na fase inicial e após 12 semanas, avaliaram-se estatura, massa corporal, massa gorda (MG), massa livre de gordura (MLG), pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM), colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL-c) e de baixa densidade (LDL-c), triglicerídeos (TG), glicose, insulina, adiponectina, proteína C-Reativa (PCR) e consumo de oxigênio (VO2pico). Calcularam-se índice de massa corporal (IMC), IMC escore z (IMC-z), índice de massa triponderal (IMT), relação cintura/estatura (RCEst), índice HOMA-IR e QUICKI. O tamanho do efeito (ES) comparou a magnitude e a inferência clínica foi considerada trivial (|0,19|), possivelmente benéfico /prejudicial (|0,20-0,39|), benéfico/prejudicial (|0,40-0,79|). RESULTADOS: GE-GG apresentou reduções possivelmente benéficas na RCEst, %MG, PAD, PAM, CT, LDL-c, possivelmente prejudicial no HDL-c e aumento possivelmente benéfico no %MLG e VO2pico, (p<0,05). GE-GT+TT apresentou reduções benéficas na PAS, possivelmente benéficas na RCEst, PAM, CT, LDL-c, insulina, HOMA-IR, prejudicial no HDL-c, possivelmente prejudicial na adiponectina e aumento possivelmente benéfico no VO2pico (p<0,05). GC-GG apresentou reduções possivelmente benéficas na PAD, CT, LDL-c, possivelmente prejudicial no QUICKI, aumento possivelmente benéfico na MLG, possivelmente prejudicial no HOMA-IR, PCR, insulina (p<0,05). GC-GT+TT apresentou aumento prejudicial na insulina, possivelmente prejudicial na PAD, PAM, HOMA-IR, redução prejudicial do QUICKI e possivelmente benéfica na PCR (p<0,05). CONCLUSÃO: Os GE demostraram melhora antropométrica e metabólica, enquanto que houve piora nos GC. Destaca-se que os portadores do genótipo GT+TT, que representa maior predisposição genética aos FRCM, obtiveram maiores benefícios ao praticar exercícios aeróbios, demonstrando efeito favorável do estilo de vida ativo.