Efeito do Treinamento Concorrente nas Variáveis Espaço-temporais da Marcha
Por B. L. Aro (Autor).
Resumo
Com a menopausa e o envelhecimento a mulher sofre alterações na composição corporal que refletem em dificuldades na marcha como redução na velocidade e comprimento da passada, e aumento no tempo do ciclo. O treinamento concorrente tem sido explorado para reduzir gordura e aumentar massa magra o que pode levar a melhora no padrão da marcha, portanto, o presente estudo teve como objetivo verificar o efeito do treinamento concorrente nas variáveis espaço-temporais da marcha. Participaram do estudo 23 mulheres, divididas em dois grupos: Treinamento Concorrente (GT; n=15), que foi submetido a oito semanas de exercícios resistidos e aeróbio e grupo controle (GC; n=8) que não foi submetido a nenhum tipo de intervenção. As variáveis espaço-temporais da marcha foram obtidas por baropodômetro associado ao software Footwalk Pro. Foram utilizadas para este estudo comprimento da passada (C), tempo do ciclo (TC) e velocidade (V), todas as variáveis analisadas separadamente para o membro inferior direito (D) e esquerdo (E). Para verificar as diferenças pré e pós-intervenção foi calculado o Delta Absoluto (U-Absoluto) e realizado o Teste t para amostras dependentes. Todas as análises foram realizadas por meio do software SPSS (versão 17.0) e o nível de significância estabelecido em 5%. Após o treinamento concorrente o GT apresentou diferença significativa nas variáveis CD, TCD, TCE e VD em relação ao U-Absoluto do GC (CD - GT =0,02 ± 0,07 m; GC = - 0,05 ± 0,08 m; p=0,03; TCD - GT = - 0,08 ± 0,08 s; GC = - 0,03 ± 0,10 s; p=0,007; VD - GT = - 0,11 ± 0,14 m/s m; GC = - 0,11 ± 0,20 m/s; p= 0,004; TCE - GT = - 0,07 ± 0,08 s; GC = -0,01 ± 0,07 m; p=0,032;), não existindo diferença entre os grupos para CE e VE (CE - GT =0,27 ± 1,00 m; GC = - 0,05 ± 0,16 m; p=0,377; VE - GT = - 0,37 ± 1,08 m/s m; GC = - 0,07 ± 0,18 m/s; p= 0,260). O treinamento concorrente foi capaz de melhorar o CD, TCD, TCE e VD em mulheres pós-menopausa. O CE e VE apesar de apresentar melhora no momento pós-treino não foi significativo. Acreditamos que o período de oito semanas não foi suficiente para provocar alterações nessas capacidades.