Efeito do treinamento contínuo de intensidade moderada e do treinamento intervalado de alta intensidade no perfil lipídico de mulheres com obesidade
Por Adriano Ruy Matsuo (Autor), Victor Hugo de Souza Mendes (Autor), João Carlos Locatelli (Autor), Gustavo Henrique de Oliveira (Autor), Caroline Ferraz Simões (Autor), Higor Barbosa Reck (Autor), Rogério Toshiro Passos Okawa (Autor), Wendell Arthur Lopes (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A obesidade é um fator de risco para diversas condições crônicas, entre elas a dislipidemia. Entendida como um perfil lipídico anormalmente elevado ou reduzido, a dislipidemia é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares e esteatose hepática. Sabe-se que, em populações clínica e subclínica, o treinamento aeróbico (TA) é capaz de reduzir níveis elevados de triglicerídeos (TG), colesterol total (CT) e da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), assim como eleva os níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL-c). Contudo, o papel de diferentes modalidades de TA sobre o perfil lipídico de indivíduos com obesidade ainda não foi adequadamente investigado. OBJETIVO: Comparar o efeito do treinamento contínuo de intensidade moderada (MICT) e do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) sobre o perfil lipídico de mulheres jovens com obesidade. MÉTODOS: Vinte e duas mulheres (25,9±5,1 anos) com obesidade (36,2±3,4 kg/m²) foram alocadas randomicamente em dois grupos, HIIT ou MICT. Foram obtidas medidas antropométricas, composição corporal e o perfil lipídico (TG, CT, HDL-c, LDL-c). Os protocolos de treinamento tiveram duração de 8 semanas, aplicado 3 vezes por semana em uma pista de atletismo. O HIIT consistiu em 4 estímulos de 4 minutos de caminhada/corrida na intensidade entre 85 e 95% da FCmáx, alternados por períodos de 3 minutos de recuperação ativa na intensidade entre 65 e 75% da FCmáx. Já o MICT foram 41 minutos de caminhada/corrida na intensidade entre 65 e 75% da FCmáx. Na análise dos dados, a normalidade foi verificada a partir do teste de Shapiro-Wilk. A comparação entre os grupos e entre os momentos foi analisada através do teste ANOVA mista de duas vias, com Post-hoc de Sidak. O nível de significância estatística adotado foi de p≤0,05. RESULTADOS: Houve redução do CT tanto no grupo HIIT (p=0,015), quanto no MICT (p=0,015). Não houve alterações, estatisticamente significantes, para as variáveis TG, HDL-c, LDL-c. Além disso, ambos os grupos, HIIT e MICT promoveram redução significante da gordura corporal (p<0,001 e p=0,004, respectivamente) e apenas o HIIT apresentou redução significante da massa corporal (p=0,002) e do IMC (p=0,003). CONCLUSÃO: Ambos os protocolos, HIIT e MICT, resultaram em redução significativa nas concentrações de CT e da gordura corporal em mulheres jovens com obesidade.