Resumo

A obesidade é um fator de risco para diversas condições crônicas, entre elas a dislipidemia. Entendida como um perfil lipídico anormalmente elevado ou reduzido, a dislipidemia é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares e esteatose hepática. Sabe-se que, em populações clínica e subclínica, o treinamento aeróbico (TA) é capaz de reduzir níveis elevados de triglicerídeos (TG), colesterol total (CT) e da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), assim como eleva os níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL-c). Contudo, o papel de diferentes modalidades de TA sobre o perfil lipídico de indivíduos com obesidade ainda não foi adequadamente investigado. OBJETIVO: Comparar o efeito do treinamento contínuo de intensidade moderada (MICT) e do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) sobre o perfil lipídico de mulheres jovens com obesidade. MÉTODOS: Vinte e duas mulheres (25,9±5,1 anos) com obesidade (36,2±3,4 kg/m²) foram alocadas randomicamente em dois grupos, HIIT ou MICT. Foram obtidas medidas antropométricas, composição corporal e o perfil lipídico (TG, CT, HDL-c, LDL-c). Os protocolos de treinamento tiveram duração de 8 semanas, aplicado 3 vezes por semana em uma pista de atletismo. O HIIT consistiu em 4 estímulos de 4 minutos de caminhada/corrida na intensidade entre 85 e 95% da FCmáx, alternados por períodos de 3 minutos de recuperação ativa na intensidade entre 65 e 75% da FCmáx. Já o MICT foram 41 minutos de caminhada/corrida na intensidade entre 65 e 75% da FCmáx. Na análise dos dados, a normalidade foi verificada a partir do teste de Shapiro-Wilk. A comparação entre os grupos e entre os momentos foi analisada através do teste ANOVA mista de duas vias, com Post-hoc de Sidak. O nível de significância estatística adotado foi de p≤0,05. RESULTADOS: Houve redução do CT tanto no grupo HIIT (p=0,015), quanto no MICT (p=0,015). Não houve alterações, estatisticamente significantes, para as variáveis TG, HDL-c, LDL-c. Além disso, ambos os grupos, HIIT e MICT promoveram redução significante da gordura corporal (p<0,001 e p=0,004, respectivamente) e apenas o HIIT apresentou redução significante da massa corporal (p=0,002) e do IMC (p=0,003). CONCLUSÃO: Ambos os protocolos, HIIT e MICT, resultaram em redução significativa nas concentrações de CT e da gordura corporal em mulheres jovens com obesidade.

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