Efeito do Treinamento de Caminhada no Declive em Variáveis Neuromusculares
Por Thiago Pires de Oliveira (Autor), Leonardo Coelho Rabello de Lima (Autor), Felipe Bruno Dias de Oliveira (Autor), Benedito Sérgio Denadai (Autor), Camila Coelho Greco (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 20, n 3, 2018. Da página 1 a 9
Resumo
O ato de caminhar envolve pequenos ajustes para manutenção do equilíbrio corporal. No entanto, a demanda por estes ajustes pode ser diferente na caminhada no declive. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito do treinamento periodizado de caminhada em declive na resposta neuromuscular dos músculos flexores do joelho. Dezessete indivíduos ativos do gênero masculino (Idade = 22,9 ± 3,9 anos) foram divididos randomicamente em dois grupos: controle, com caminhada no plano (GC, n = 8), e caminhada em declive (GCD, n = 9). Os indivíduos realizaram os seguintes procedimentos, em diferentes dias: 1) Contrações voluntárias máximas para determinar o pico de torque (PT) e a taxa de desenvolvimento de torque (TDT) em diferentes intervalos de tempo após o início da contração. Os testes foram realizados antes (Pré) e após (Pós) um período de quatro semanas de treinamento de caminhada em declive. O PT e a TDT pico não apresentaram mudança após o período de treinamento (p > 0,05). No entanto, houve aumento significante na TDT nos momentos 150 e 200 ms para o GCD (p < 0,05). Além disso, a atividade eletromiográfica (root mean square) do músculo bíceps femoral e do semitendinoso apresentou aumento após o período de treinamento (p < 0,05). Portanto, o treinamento de caminhada em declive pode promover aumento na TDT em sua fase tardia e na ativação muscular, o que pode ter implicações em condições de caminhada no declive, que podem auxiliar a estabilizar o corpo contra a perturbação gerada pelo declive.