Efeito do treinamento de natação em parâmetros do desempenho miocárdico e indicadores de estresse oxidativo em ratos submetidos a estresse de contenção
Por Carlos Henrique De Oliveira Reis (Autor), Ana Paula Lima-Leopoldo (Autor), Andre Soares Leopoldo (Autor), Elis Aguiar Dos Santos Morra (Autor), Luisa Martins Simmer (Autor), Danilo Sales Bocalini (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Embora os mecanismos fisiopatológicos envolvidos no aparecimento da doença cardiovascular com a exposição crônica ao estresse estão bem estabelecidos. Entretanto, mesmo contendo informações consistentes do efeito estresse oxidativo nas doenças cardiovasculares, o conhecimento sobre os efeitos do exercício de natação e estresse de contenção ainda são inconsistentes. Objetivo: avaliar os efeitos treinamento de natação em parâmetros do desempenho miocárdico e indicadores de estresse oxidativo em ratos submetidos a estresse de contenção. Métodos: ratos (n:40) da linhagem Wistar-UFES jovens foram distribuídos em quatro grupos, sendo deles: controle (C), treinados (T); estressados (E) e estressados treinados (ET). O programa de treinamento foi constituído por 60 minutos diários, cinco vezes por semana por 12 semanas sem carga adicional. Para o estresse de contenção os animais foram contidos individualmente, em um cilindro de PVC opaco de 20 cm de comprimento e 6 cm de diâmetros, com as extremidades fechadas e com furos que permitiram a circulação de ar e manutenção da temperatura ambiente, 1h por dia, cinco dias por semana, durante as 12 semanas. Foram avaliados a capacidade física, pressão arterial, desempenho ventricular pelo ecodoplercardiograma, avaliações histológicas e estresse oxidativo. Os dados são apresentados sob a forma de médias ± erro padrão da média, as comparações foram realizadas pela ANOVA duas vias complementada com Bonferroni com auxílio do programa Prism e nível de p<0,05. Resultados: Após 12 semanas de experimento, apenas os grupos treinados melhoraram a capacidade física. Os níveis de corticosterona (nmol/L) do grupo T (174±3) foram superiores aos grupos C (141±3) que foram inferiores aos grupos E (335±9) e ET (231±7) que diferiram entre si. Os valores da pressão sistólica (mmHg) dos grupos C (135±22) e T (138±14) não diferiram entre si, mas foram inferiores aos valores dos grupos E (180±13) e ET (164±21) que também diferiram. Em relação aos parâmetros de desempenho ventricular somente os valores da onda A (E:268±14 < C:342±24 = T:355±28 = ET:360±30; mm/s) e da E/A (E:2,96±0,26 > C:1,66±0,10 > T:2,96 ± 0,26 > ET:1,75±0,12; mm/s) do grupo E diferiu dos demais grupos. Em relação ao volume nuclear (µm3) não foi observado diferenças entre os grupos C (143±3) e T (147±3) e menores que o E (175±4) e ET (160±2) que diferiram entre si. Os valores do TBARS (C:0,49±0,03 = T:0,42±0,02 = ET: 0,43±0,05 < T: 0,74 ± 0,07; µmols/mg) e da OAPP (C:0,76±0,11 = T:0,72±0,05 = ET: 0,69±0,11 < E: 1,47±0,66; µmols/mg). Conclusão: o estresse causou um aumento significativo da pressão sistólica, prejuízos na função diastólica, aumento do volume nuclear e do estresse oxidativo mas atenuados pelo treinamento físico.