Resumo

Embora os mecanismos fisiopatológicos envolvidos no aparecimento da doença cardiovascular com a exposição crônica ao estresse estão bem estabelecidos. Entretanto, mesmo contendo informações consistentes do efeito estresse oxidativo nas doenças cardiovasculares, o conhecimento sobre os efeitos do exercício de natação e estresse de contenção ainda são inconsistentes. Objetivo: avaliar os efeitos treinamento de natação em parâmetros do desempenho miocárdico e indicadores de estresse oxidativo em ratos submetidos a estresse de contenção. Métodos: ratos (n:40) da linhagem Wistar-UFES jovens foram distribuídos em quatro grupos, sendo deles: controle (C), treinados (T); estressados (E) e estressados treinados (ET). O programa de treinamento foi constituído por 60 minutos diários, cinco vezes por semana por 12 semanas sem carga adicional. Para o estresse de contenção os animais foram contidos individualmente, em um cilindro de PVC opaco de 20 cm de comprimento e 6 cm de diâmetros, com as extremidades fechadas e com furos que permitiram a circulação de ar e manutenção da temperatura ambiente, 1h por dia, cinco dias por semana, durante as 12 semanas. Foram avaliados a capacidade física, pressão arterial, desempenho ventricular pelo ecodoplercardiograma, avaliações histológicas e estresse oxidativo. Os dados são apresentados sob a forma de médias ± erro padrão da média, as comparações foram realizadas pela ANOVA duas vias complementada com Bonferroni com auxílio do programa Prism e nível de p<0,05. Resultados: Após 12 semanas de experimento, apenas os grupos treinados melhoraram a capacidade física. Os níveis de corticosterona (nmol/L) do grupo T (174±3) foram superiores aos grupos C (141±3) que foram inferiores aos grupos E (335±9) e ET (231±7) que diferiram entre si. Os valores da pressão sistólica (mmHg) dos grupos C (135±22) e T (138±14) não diferiram entre si, mas foram inferiores aos valores dos grupos E (180±13) e ET (164±21) que também diferiram.  Em relação aos parâmetros de desempenho ventricular somente os valores da onda A (E:268±14 < C:342±24 = T:355±28 = ET:360±30; mm/s) e da E/A (E:2,96±0,26 > C:1,66±0,10 > T:2,96 ± 0,26 > ET:1,75±0,12; mm/s) do grupo E diferiu dos demais grupos. Em relação ao volume nuclear (µm3) não foi observado diferenças entre os grupos C (143±3) e T (147±3) e menores que o E (175±4) e ET (160±2) que diferiram entre si. Os valores do TBARS (C:0,49±0,03 = T:0,42±0,02 = ET: 0,43±0,05 < T: 0,74 ± 0,07; µmols/mg) e da OAPP (C:0,76±0,11 = T:0,72±0,05 = ET: 0,69±0,11 < E: 1,47±0,66; µmols/mg).  Conclusão: o estresse causou um aumento significativo da pressão sistólica, prejuízos na função diastólica, aumento do volume nuclear e do estresse oxidativo mas atenuados pelo treinamento físico.

 

 

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