Resumo
A resistência elástica é uma ferramenta de fácil acesso, baixo custo, acessível a diversos ambientes, e seus benefícios podem se assemelhar aos proporcionados por aparelhos de musculação tradicionais. O conhecimento de diferentes possibilidades de intervenção, por meio treinamento resistido pode colaborar para a otimização de sua aplicação na prática clínica em idosos. Objetivo: Investigar os efeitos do treinamento resistido tradicional (TRT) comparado ao treinamento de resistência elástica (TRE) sobre parâmetros bioquímicos, força muscular e funcionalidade em idosos, bem como verificar os efeitos do TRE sobre a homeostase glicêmica, força muscular e funcionalidade em idosos sarcopênicos. Materiais e métodos: A amostra foi constituída por 60 idosos de ambos os sexos (idade= 69,62±7,10 anos, 66,67% mulheres), que foram divididos aleatoriamente em dois grupos: TRT (n=30) e TRE (n=30). Inicialmente, os sujeitos foram submetidos a avaliações antropométricas, coleta de sangue (perfil inflamatório e metabólico), testes funcionais (coordenação - soda pop coordination test, mobilidade e equilíbrio dinâmico - teste Time-Up-and-Go) e de força muscular (dinamometria). Os participantes foram submetidos a um programa de treinamento de resistência de 12 semanas com tubos elásticos ou aparelhos de musculação. Todas as avaliações foram realizadas no início e após as 12 semanas de protocolo de treinamento. Adicionalmente, sete idosos sarcopênicos submetidos ao mesmo protocolo de TRE por 12 semanas, foram avaliados pelo teste oral de tolerância à glicose (OGTT), teste de força de preensão manual (FPM), teste de sentar-levantar (TSL), teste de caminhada de 4 m e teste de coordenação inicialmente e após as 12 semanas de treinamento. Resultados: Quando comparados os efeitos do TRE com TRT em idosos foi observado melhora na força muscular (p<0,01), coordenação (p<0.01), mobilidade (p<0,01) e concentrações de lipoproteína de alta densidade (HDL-c) (p<0,01) de forma semelhante entre os grupos (p>0,05). Em relação ao perfil inflamatório não houve alterações após as 12 semanas de treinamento em ambos os grupos. Nos idosos sarcopênicos submetidos ao TRE, a área sob a curva de glicose e o índice HOMA-RI (homeostatic model assessment- insulin resistance) foram significativamente menores após 12 semanas (p= 0,049 e p= 0,040, respectivamente). Houve melhora significativa da FPM (p = 0,01), teste de caminhada de 4 m (p= 0,04) e TSL (p= 0,04) em comparação com as avaliações iniciais. Conclusão: Doze semanas de TR tradicional e de resistência elástica promoveram benefícios positivos semelhantes na força muscular, coordenação, mobilidade e no perfil lipídico em idosos. Adicionalmente o treinamento de resistência elástica melhorou a homeostase glicêmica, força muscular e funcionalidade em idosos sarcopênicos.