Efeito do treinamento, destreinamento e retreinamento na qualidade muscular de mulheres idosas
Por Jarlisson Francsuel (Autor), Natã Stavinski (Autor), Witalo Kassiano (Autor), Bruna Costa (Autor), Gabriel Kunevaliki (Organizador), Ian Tricoli (Autor), Luis Alves de Lima (Autor), Felipe Lisboa (Autor), Edilson Serpeloni Cyrino (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Períodos de destreino podem impactar negativamente na qualidade muscular. No entanto, o retreinamento tem o potencial efeito de reverter possíveis efeitos deletérios. OBJETIVO: Avaliar o efeito de um programa de retreinamento resistido sobre o índice de qualidade muscular após um longo período de destreinamento. MÉTODOS: Vinte mulheres (68,8 ± 6,0 anos, 65,6 ± 9,8 kg, 154,6 ± 5,5 cm; 27,4 ± 3,4 m- ²), fisicamente independentes, completaram 24 semanas de treinamento resistido (TR), dois anos e meio de destreinamento e 24 semanas de retreinamento. O programa de TR foi realizado em três sessões semanais, compostas por exercícios para corpo inteiro (oito exercícios, três séries, 8 a 15 repetições). A massa isenta de gordura e osso (MIGO) foi estimada a partir de exames de absortometria radiológica de dupla energia de corpo inteiro. A força máxima foi determinada por meio do teste de uma repetição máxima (1RM) em três exercícios (supino vertical, cadeira extensora e rosca scott, respectivamente). O somatório da carga total levantada (CTL) nos três exercícios foi utilizada como parâmetro de força muscular total. O índice de qualidade muscular (IQM) foi determinado a partir da divisão da carga obtida nos testes de 1RM pela MIGO. RESULTADOS: O TR promoveu melhorias após 24 semanas de intervenção no IQM (11,2%, P < 0,001) e CTL (11,4%, P < 0,001), sem diferenças estatísticas para o MIGO (P > 0,05). Por outro lado, o destreino acarretou declínio significante das adaptações adquiridas a partir do TR (IQM = - 30,7%, P < 0,001; CTL = - 31,5%, P < 0,001; MIGO = - 2,3, P = 0,074). Contudo, após 12 semanas de retreinamento foram observadas mudanças para IQM (16,9%, P < 0,001), CTL (19,6%, P < 0,001), e MIGO (1,9%, P = 0,036). Por fim, após 24 semanas de retreinamento mudanças para IQM (4,6%, P = 0,21) e CTL (5,03%, P = 0,17) continuaram sendo observadas, mas não para MIGO (P > 0,05). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que 24 semanas de TR permitem readquirir grande parte das adaptações perdidas com dois anos e meio de destreinamento, no que tange a qualidade muscular, força muscular total e massa isenta de gordura e osso, em mulheres idosas.