Resumo

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) além do comprometimento pulmonar apresenta manifestações sistêmicas que contribuem para o agravamento da doença, em especial a inflamação sistêmica. Biomarcadores são utilizados para investigar a fisiopatologia e progressão da doença bem como para desvendar respostas a intervenções. Em particular, análises de expressão de citocinas intracelulares se apresentam como uma opção mais robusta para avaliação de biomarcadores inflamatórios, por permitir a investigação de uma população celular específica. Dentre as opções de tratamento para os pacientes com DPOC, o exercício físico se destaca pelos grandes benefícios funcionais e na qualidade de vida. No entanto são escassas as evidências sobre a relação de biomarcadores inflamatórios e características clínicas e funcionais e ainda, não se tem conhecimento sobre o efeito do exercício físico em citocinas intracelulares. Objetivos: Avaliar a expressão de citocinas intracelulares, investigar a correlação entre estes biomarcadores inflamatórios e características clínicas e funcionais, e ainda, avaliar o efeito do exercício físico na inflamação sistêmica intracelular de pacientes com DPOC estável. Métodos: Foram avaliados pacientes com DPOC em diversos aspectos clínicos (sintomas, qualidade de vida, sinais vitais e composição corporal), funcionais (função pulmonar, nível de atividade física, força muscular periférica e capacidade funcional de exercício) e de inflamação sistêmica intracelular (citocinas IL-8, IL-13, IL17, IL-6, IL-2, IL-10 e TNF-α em linfócitos T CD4+). A inflamação foi investigada também após uma intervenção de oito semanas, baseada em exercícios físicos. Resultados: Foram recrutados 140 pacientes, e analisados 36 pacientes em um único momento e 23 pacientes após a intervenção proposta. Os principais achados desta tese foram que, transversalmente, pacientes com DPOC mais severos, em relação a função pulmonar, apresentam maior expressão de linfócitos T CD4+ IL-2+. Ainda, houve correlação negativa entre IL-8+ e saturação periférica de oxigênio e passos por dia e correlação positiva de IL-10+ e força muscular de flexores e extensores de joelho. Adicionalmente, houve redução de IL-8 e aumento de IL-13 e TNF- α em linfócitos T CD4+ após oito semanas de exercício físico, em pacientes com DPOC estável. Conclusão: Com base nos achados dos estudos apresentados foi possível aprofundar o conhecimento em diferentes aspectos de biomarcadores inflamatórios de pacientes com DPOC estável e ainda o efeito do exercício físico sobre estes imunomoduladores da inflamação sistêmica.


 

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