Efeito do treinamento físico militar na associação do ângulo de fase e da massa isenta de gordura na análise de impedância bioelétrica

Em ambiente clínico o ângulo de fase (AF) é bastante utilizado para diagnosticar pacientes malnutridos ou com algum prognóstico clínico. Ambos estão associados às mudanças que ocorrem na integridade da membrana celular e no equilíbrio dos fluídos celulares. É um ângulo derivado dos parâmetros que a análise de impedancia bioelétrica (BIA) fornece, de Resistência (R) e Reactância (Xc) sendo utilizados na fórmula: AF = arc-tangent(Xc/R)*180/π). Sabe-se que sujeitos que apresentam valor de AF igual ou acima de 5,0º indicam melhor celularidade, integridade da membrana celular e melhor função celular. Entretanto, a literatura é escassa de estudos para avaliar a saúde da célula em indivíduos fisicamente ativos. OBJETIVO: Verificar o efeito do treinamento físico militar na associação entre o ângulo de fase e a estimativa da massa isenta de gordura (MIG) utilizando uma equação preditiva de BIA, em cadetes do exército Brasileiro. MÉTODOS: duzentos e noventa e um cadetes do exército Brasileiro do sexo masculino (Idade: 19,67 ± 1,11 anos) foram avaliados pré e pós treinamento físico militar (tempo médio de treinamento militar = 6,8 ± 0,9 meses). Foram coletadas as medidas antropométricas de peso (kg) e estatura (cm) e para a estimativa da MIG foi utilizada uma equação preditiva de BIA já publicada na literatura (Langer et al, 2016). RESULTADOS: Houve uma diferença significativa entre os momentos (pré e pós) de treinamento físico militar nas variáveis antropométricas, na MIG (pré: 58,32 ± 5,99kg vs. pós: 59,96 ± 5,77kg) e no ângulo de fase (pré: 7,44 ± 0,64º vs. pós: 8,11 ± 0,72º) dos cadetes do exército (p < 0,001). A variável de Xc, que a BIA, fornece também aumentou significativamente comparada ao momento (pré: 62,21 ± 6,21Ω vs. pós: 65,41 ± 6,95Ω), entretanto o valor de R diminuiu significativamente (478,18 ± 46,31Ω vs. pós: 460,60 ± 44,70Ω) (p < 0,05). Além disso, houve uma correlação negativa significativa entre o ângulo de fase e a R tanto no momento pré, quanto no momento pós (r = -0,42 e r = -0,36, respectivamente) (p < 0,001); e uma correlação positiva significativa entre o ângulo de fase e a Xc, tanto no momento pré, quanto no momento pós (r = 0,48 e r = 0,51, respectivamente) (p < 0,001). CONCLUSÃO: O treinamento físico militar promoveu o aumento do ângulo de fase e da MIG após cerca de sete meses de rotina militar, promovendo assim uma melhora na saúde celular de cadetes do exército Brasileiro.

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