Resumo

Introdução: A influência dos polimorfismos da óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) na resposta ao exercício físico ainda não foi esclarecida na literatura. Objetivos: Verificar o efeito do treinamento multicomponente sobre parâmetros de saúde de mulheres com idade entre 50 e 80 anos, bem como a influência dos genótipos e haplótipos (interação) das variantes genéticas da eNOS [-786T>C, 894G>T (Glu298Asp) e íntron 4b/a] neste mesmo contexto. Método: 52 participantes realizaram a avaliação da pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC) e porcentagem de gordura. Análises sanguíneas foram realizadas para genotipagem e avaliação do perfil lipídico (colesterol total, triglicerídeos, HDL-c e LDL-c), das concentrações de nitrito (NO2), malondialdeído (MDA), glutationa (GSH) e capacidade antioxidante total (CAT). A aptidão física foi avaliada pelos testes de caminhada de seis minutos (resistência aeróbia), flexão e extensão de cotovelo e sentar e levantar (força muscular). A intervenção de treinamento multicomponente (várias capacidades e habilidades motoras) durou 12 semanas e foi realizada 2x/sem, 90 min por sessão e Borg de 13 a 15 (um pouco intenso a intenso). A análise estatística foi realizada levando em conta a amostra total e também de acordo com os grupos normotenso e hipertenso, utilizando modelos de regressão de efeitos mistos. Resultados: Na análise sem divisão pelos genótipos, foi possível observar melhoras em todas as variáveis, com exceção da GSH, CC e perfil lipídico. Na análise isolada de cada polimorfismo, foi possível observar redução significativa da PAS e PAD em todos os grupos com o sem o alelo polimórfico, mas vale ressaltar que o grupo sem o alelo polimórfico nas três variantes genéticas, descritivamente, apresentou melhor resposta (?%) na PAS e PAD, e que isto, na posição -786T>C levou à diferença entre os grupos após a intervenção. Sobre a NO2, todos os grupos apresentaram melhora, com exceção dos grupos com o alelo polimórfico no Glu298Asp e íntron 4b/a ("GluAsp+AspAp" e "4b4a+4a4a"). Os polimorfismos não influenciaram na resposta do MDA, CAT e aptidão física, já que todos os grupos apresentaram melhora. O haplótipo H1 (três subgrupos sem o alelo polimórfico) foi o único a apresentar melhora em todas as variáveis estudadas, enquanto o haplótipo H8 (três subgrupos com os alelos polimórficos) somente apresentou diminuição do MDA e aumento da aptidão física. O efeito do treinamento multicomponente na análise sem divisão pelos genótipos e de acordo com os grupos normotenso e hipertenso foi parecida, mas levando em consideração os subgrupos com o alelo polimórfico nas três variantes genéticas da eNOS não apresentaram resposta na PAD e NO2 no grupo hipertenso e o subgrupo com o alelo polimórfico no íntron 4 b/a ("4b4a+4a4a") não apresentou melhora na PAD, NO2 e CAT no grupo normotenso, enquanto os subgrupos correspondentes sem o alelo polimórfico apresentaram melhora. Conclusão: Os polimorfismos da eNOS podem influenciar a resposta ao treinamento multicomponente, e, consequente prevenção e controle da PA
 

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