Efeito do Treinamento Físico na Qualidade de Vida em Idosos com Depressão Maior
Por Jerson Laks (Autor), Andrea Camaz Deslandes (Autor), Natacha Oliveira (Autor), Heitor Silveira (Autor), Helena Moraes (Autor), Bianca Aguiar (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 19, n 2, 2014.
Resumo
Diversos estudos têm investigado o efeito do exercício nos sintomas da depressão e qualidade de vida (QV) em idosos depressivos. Entretanto, os poucos estudos realizados com idosos clinicamente diagnosticados apresentaram resultados controversos devido aos diferentes tipos e intensidades do treinamento físico. O objetivo do presente estudo foi comparar diferentes intervenções com exercícios físicos na QV e nos sintomas depressivos em idosos depressivos. Foram selecionados idosos com depressão maior, divididos em grupo exercício (n=31) e controle (n=21). O grupo exercício foi randomizado em Treinamento Aeróbio (TA) (n=9), Treinamento de Força (n=6) e exercícios generalizados de Baixa Intensidade (BI) (n=16). A diferença entre os momentos e grupos foi analisada pelos testes de Wilcoxon e Mann Whitney, respectivamente. Após três meses de intervenção, somente os grupos aeróbio (p=0,01) e força (p=0,02) reduziram significativamente os sintomas depressivos. Além disso, TA apresentou melhora nos aspectos físicos (p=0,02) e tendência à significância para redução da dor (Z=-1,7; p=0,08), enquanto o TF apresentou tendência à significância estatística na melhora da Capacidade física (p=0,08), e melhora nos aspectos físicos (p=0,05), sociais (p=0,05) e saúde mental (p=0,05). Já o GC apresentou piora no aspecto social (p=0,02) e nenhuma alteração foi vista para o grupo BI. O presente estudo mostrou que tanto o TA quanto o TF com intensidade moderada podem contribuir para a redução dos sintomas de depressão e melhora da qualidade de vida, especialmente dos aspectos físicos. E ainda, que tais alterações podem ser dependentes de aspectos fisiológicos causados pelo exercício, e não somente pelo contato social.