Resumo

Vários estudos relatam com frequência os efeitos benéficos da prática regular de exercício físico (EF) com relação à doença cardiovasculares, hipertensão arterial, resistência à insulina (RI), diabetes mellitus II, dislipidemia e obesidade, doenças essas que possivelmente podem levar à um quadro de síndrome metabólica (SM). Contudo, existe uma variação significativa das formas e tipos de EF, cujo impacto pode variar a depender do desfecho analisado. OBJETIVO: Investigar os efeitos do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) sobre a saúde cardiovascular, hematológica, metabolismo glicolítico e RI de idosos com SM. MÉTODOS: Quarenta indivíduos de ambos os sexos separados em um grupo experimental (71,6 ± 6,7 anos) e um grupo controle (73,1 ± 5,0 anos) foram divididos de maneira aleatória por 08 semanas, sendo o GC mantido em condição sedentária e o GE submetido ao programa de HIIT, 3 vezes por semana, por quarenta minutos, durante 60 dias. A capacidade respiratória, pressão arterial (PA), parâmetros hematológicos, bioquímicos e RI foram avaliados antes, após quatro (P2) e oito (P3) semanas depois do início da intervenção. A capacidade respiratória foi avaliada pelo Teste de Caminhada de 6 minutos, a PA foi determinada seguindo os procedimentos da American Heart Association (AHA) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), descrito por Catelani (2014) e a RI foi avaliada pelo índice TyG (produto da concentração sérica de triglicerídeos) conforme destacado por Alvin et al. (2018). RESULTADOS: O GC não apresentou modificação em todos os parâmetros (p> 0,05). Para o GE, a intervenção HIIT resultou em diminuição da pressão arterial sistólica e diastólica (p <0,01 e p <0,05, respectivamente), pressão arterial média (p <0,05), frequência cardíaca em repouso (p <0,01) de P3 a P1, duplo produto (P2 vs P1 p <0,05; P3 vs P1 p <0,01) e o VO2 máx. (p <0,01). A condição diabética, avaliada pela RA, apresentou melhora (p <0,01). Os parâmetros hematológicos (hematócrito, hemoglobina, hemoglobina corpuscular média, volume corpuscular médio foram melhores em P3 vs P1 (p <0,05). CONCLUSÃO: O HIIT foi capaz de normalizar PA e frequência cardíaca, melhorar o VO2 máx., e com isso, a saúde cardíaca. Além disso, promoveu significativas melhoras em todos os parâmetros hematológicos, com exceção das plaquetas. Finalmente, melhorou o metabolismo glicolítico e a sensibilidade à insulina, de modo que os idosos saíram da classificação de pessoas com SM.

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