Efeito do treinamento intervalado de alta intensidade em idosos com síndrome metabólica
Por Fábio Nascimento da Silva (Autor), Ana Paula de Sousa Almeida (Autor), Natali Maciel Folster de Santana (Autor), João Rafael Valentim Silva (Autor), Angela Maria Moed Lopes (Autor), Juliano Casonatto (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Vários estudos relatam com frequência os efeitos benéficos da prática regular de exercício físico (EF) com relação à doença cardiovasculares, hipertensão arterial, resistência à insulina (RI), diabetes mellitus II, dislipidemia e obesidade, doenças essas que possivelmente podem levar à um quadro de síndrome metabólica (SM). Contudo, existe uma variação significativa das formas e tipos de EF, cujo impacto pode variar a depender do desfecho analisado. OBJETIVO: Investigar os efeitos do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) sobre a saúde cardiovascular, hematológica, metabolismo glicolítico e RI de idosos com SM. MÉTODOS: Quarenta indivíduos de ambos os sexos separados em um grupo experimental (71,6 ± 6,7 anos) e um grupo controle (73,1 ± 5,0 anos) foram divididos de maneira aleatória por 08 semanas, sendo o GC mantido em condição sedentária e o GE submetido ao programa de HIIT, 3 vezes por semana, por quarenta minutos, durante 60 dias. A capacidade respiratória, pressão arterial (PA), parâmetros hematológicos, bioquímicos e RI foram avaliados antes, após quatro (P2) e oito (P3) semanas depois do início da intervenção. A capacidade respiratória foi avaliada pelo Teste de Caminhada de 6 minutos, a PA foi determinada seguindo os procedimentos da American Heart Association (AHA) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), descrito por Catelani (2014) e a RI foi avaliada pelo índice TyG (produto da concentração sérica de triglicerídeos) conforme destacado por Alvin et al. (2018). RESULTADOS: O GC não apresentou modificação em todos os parâmetros (p> 0,05). Para o GE, a intervenção HIIT resultou em diminuição da pressão arterial sistólica e diastólica (p <0,01 e p <0,05, respectivamente), pressão arterial média (p <0,05), frequência cardíaca em repouso (p <0,01) de P3 a P1, duplo produto (P2 vs P1 p <0,05; P3 vs P1 p <0,01) e o VO2 máx. (p <0,01). A condição diabética, avaliada pela RA, apresentou melhora (p <0,01). Os parâmetros hematológicos (hematócrito, hemoglobina, hemoglobina corpuscular média, volume corpuscular médio foram melhores em P3 vs P1 (p <0,05). CONCLUSÃO: O HIIT foi capaz de normalizar PA e frequência cardíaca, melhorar o VO2 máx., e com isso, a saúde cardíaca. Além disso, promoveu significativas melhoras em todos os parâmetros hematológicos, com exceção das plaquetas. Finalmente, melhorou o metabolismo glicolítico e a sensibilidade à insulina, de modo que os idosos saíram da classificação de pessoas com SM.