Efeito do treinamento intervalado de alta intensidade sobre a aptidão aeróbia e eficiência ventilatória em mulheres com obesidade
Por Jaqueline Cid Buratto (Autor), Higor Barbosa Reck (Autor), João Carlos Locatelli (Autor), Gustavo Henrique de Oliveira (Autor), Caroline Ferraz Simões (Autor), Victor Hugo de Souza Mendes (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A obesidade é considerada fator de risco para doenças cardiovasculares (DCV). A aptidão cardiorrespiratória (ACR) é reconhecida como importante fator de proteção para DCV. Contudo, avaliação da ACR em indivíduos com obesidade pode ser imprecisa devido à baixa condição física e ineficiência ventilatória presente nesta população. A inclinação da reta da relação entre a ventilação pulmonar (VE) e o volume de dióxido de carbono (VCO2), conhecida como VE/VCO2 slope, é uma medida não invasiva que indica a eficiência ventilatória frente ao exercício físico, a qual tem sido utilizada como medida alternativa ou complementar na avaliação da ACR. O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) tem se mostrado igual ou superior ao treinamento contínuo de intensidade moderada (MICT) na melhora da ACR, avaliada pelo consumo máximo de oxigênio (VO2máx). Contudo, pouco se sabe sobre o efeito HIIT comparado ao MICT sobre a eficiência ventilatória em indivíduos com obesidade. OBJETIVO: Investigar os efeitos do HIIT e MICT sobre a eficiência ventilatória em mulheres com obesidade. MÉTODOS: A amostra foi composta por 44 mulheres com obesidade, alocadas randomicamente nos grupos HIIT (n=22) e MICT (n=22). A espirometria de circuito aberto foi utilizada para obtenção do VO2pico e o VE/VCO2 slope (Metalyzer, Cortex, USA) durante um protocolo de rampa em esteira ergométrica realizados antes e após intervenção. Os protocolos de treinamento foram realizados três vezes por semana, durante oito semanas, em pista de atletismo. O HIIT consistiu em quatro estímulos de quatro minutos de caminhada/corrida na intensidade entre 85-95% da FCmáx, alternados por três minutos de recuperação entre 65-75% da FCmáx e o MICT foram 41 minutos de caminhada/corrida na intensidade entre 65-75% da FCmáx. Para análise dos dados utilizou-se a ANOVA para medidas repetidas, adotando o valor de p≤0,05. RESULTADOS: Vinte e cinco voluntárias completaram as oito semanas de HIIT (n= 11) ou MICT (n= 14). Apenas o HIIT promoveu aumento significante do VO2pico (p=0.024). Contudo, não houve diferença estatística significante no VE/VCO2 slope após ambos protocolos de treinamento. CONCLUSÃO: O HIIT pode ser considerado como uma estratégia efetiva e time-efficient no aumento da aptidão cardiorrespiratória. Entretanto, nenhum dos protocolos de treinamento foi capaz de aumentar eficiência ventilatória, avaliada por meio do VE/VCO2 slope, em mulheres com obesidade.