Resumo

O controle postural dinâmico (CPD) durante o movimento “drible, parada e jump” (DPJ) do basquetebol depende da força do core e do costume com as situações naturais do jogo. Um método de treinamento que abranja em uma mesma sessão treinos físico e técnico-tático (treinamento multicomponente – TMC) pode ser uma eficaz ferramenta para aprimorar a performance. Não é claro, contudo, em que medida o TMC pode favorecer o CPD. O objetivo deste estudo é investigar o efeito do TMC sobre o CPD em atletas de uma equipe amadora masculina de basquetebol universitário durante o movimento DPJ. A amostra foi composta por nove jogadores amadores universitários de basquetebol masculino (idade: 23,3 ± 2,9 anos, estatura: 181,5 ± 7,7 cm, massa corporal: 76,4 ± 5,0 kg). Os atletas foram avaliados antes e depois de um período de 12 semanas de TMC contemplando preparação física (treinamento funcional) associado ao treino técnico-tático (jogos reduzidos). Os treinos ocorriam duas vezes por semana com duração de 90 min. Para a avaliação do DPJ, cada atleta individualmente iniciava o movimento driblando em velocidade em deslocamento zig-zag, contornando cones localizados de forma equidistante (5,5 m), para em seguida, executarem uma parada brusca e salto para o arremesso. Todo o procedimento foi filmado para posterior digitalização das imagens em software específico e determinação do deslocamento do centro de gravidade (CG). Os dados foram analisados por estatística descritiva, teste t emparelhado, tamanho do efeito, correlação de Pearson e análise de inferência baseada na magnitude (ɑ = 0,05). A redução do deslocamento do CG (19,4 ± 13,5 cm vs. 13,8 ± 12,6 cm, pré e pós-intervenção, respectivamente; p = 0,08) e da aceleração final do CG (0,96 ± 1,53 m/s2 vs. -0,56 ± 1,04 m/s2, pré e pós-intervenção, respectivamente; p = 0,06) margearam o nível de significância. Não houve diferença nos valores de energia cinética inicial (12,4 ± 14,8 J vs. 8,8 ± 9,54 J, pré e pós-intervenção, respectivamente; p = 0,76) e final (13,1 ± 15,7 J vs. 6,6 ± 8,64 J, pré e pós-intervenção, respectivamente; p = 0,86). A análise da inferência baseada na magnitude indicou que o TMC foi provavelmente benéfico para reduzir o deslocamento do CG no eixo anteroposterior e para energia cinética final. Conclui-se que o TMC é capaz de reduzir a variação do deslocamento do CG no eixo anteroposterior, indicando maior CPD em atletas amadores de basquetebol universitário.

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