A prática de exercícios aeróbicos e resistidos provoca ajustes agudos e crônicos distintos. Já foram documentadas diferenças hemodinâmicas e musculares entre os exercícios; todavia, quanto aos ajustes autonômicos, os estudos são escassos e controversos. O objetivo deste estudo foi analisar as adaptações hemodinâmicas e autonômicas após uma sessão de exercício aeróbico (30 minutos, bicicleta ergométrica) e resistido (três séries de 12 repetições para os principais grupamentos musculares), em indivíduos jovens e saudáveis. Para tanto, utilizamos medidas da pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), cálculo do duplo produto e análise da variabilidade da FC (VFC) nos domínios do tempo e da frequência e a Plotagem de Poincaré. Neste protocolo, a FC durante o exercício aeróbico foi maior do que no resistido (153,32 ± 2,76 vs. 143,10 ± 3,38 bpm, respectivamente). O exercício aeróbico gerou aumento da PA sistólica durante o exercício (7,25 ± 1,97 mmHg). Já o exercício resistido provocou aumento tanto da PA sistólica quanto da diastólica durante sua execução (14,83 ± 1,53; 11,92 ± 1,69 mmHg, respectivamente). Não foi observada hipotensão pós-exercício para nenhuma das sessões. Ao comparar o exercício aeróbico com o resistido na fase de recuperação, verificamos diminuição na VFC no resistido nas variáveis: RMSSD (37,74 ± 5,30 vs. 19,50 ± 2,32), NN50 (94,13 ± 23,65 vs. 27,63 ± 6,68), PNN50 (16,10 ± 4,72 vs. 3,53 ± 0,89), SD1 (26,65 ± 3,85 vs. 13,73 ± 1,66), SD2 (88,98 ± 10,71 vs. 61,88 ± 5,49) e HF (257,25 ± 45,08 vs. 102,75 ± 18,75 ms²). Concluiu-se que, para os protocolos investigados, o trabalho cardiovascular durante o exercício foi semelhante, resultando principalmente do aumento da FC no exercício aeróbico e do aumento da PAS no resistido. No período de recuperação, o exercício resistido promoveu maior alteração autonômica, compatível com manutenção do balanço simpatovagal aumentado.
Palavras-chave: Efeito agudo;Exercício aeróbico;Exercício resistido;Variabilidade da frequência cardíaca;Hemodinâmica