Resumo

Durante a pré-temporada e a temporada, os atletas de modalidades coletivas são submetidos a períodos de elevadas cargas de treinamento interpostos por períodos de recuperação. A aplicação de cargas intensificadas sem a recuperação adequada pode levar a alterações inflamatórias e autonômicas de maneira crônica o que pode aumentar o risco de desenvolvimento de overtraining. Dessa maneira, a aplicação de métodos que auxiliem a recuperação devem ser implementados. A aplicação da fototerapia com diodo emissor de luz (LED) é um método que tem mostrado resultados positivos sobre a recuperação tecidual, diminuindo o quadro inflamatório e promovendo o reparo tecidual. O objetivo do estudo foi analisar se a aplicação da LEDfototerapia de maneira crônica apresenta influência sobre a diminuição dos marcadores inflamatórios; aumento da modulação parassimpática; diminuição do estresse percebido durante uma semana de treinamento em atletas de futebol. Fizeram parte da amostra 18 atletas de futebol de Londrina (Idade: 21,2 ± 2,6 anos; Peso: 73 ± 7,2 Kg; Estatura: 178 ± 6,2 cm.). Durante uma semana foram realizadas coletas da frequência cardíaca de repouso e avaliação subjetiva de estresse e recuperação, através do DALDA. Amostras de sangue foram coletadas na segunda e sábado no período entre as 08:00 e 09:00 da manhã para análise de citocinas pró-inflamatórias. Os atletas foram aleatorizados em dois grupos, grupo LED e grupo placebo (PLA). O tratamento foi aplicado nos membros inferiores nos músculos do quadríceps e bíceps femoral todos os dias após a última sessão de treinamento. A aplicação foi realizada de maneira “duplo cego”. Para análise estatística foi aplicado ANOVA two-way para medidas repetidas (2 grupos por 2 coletas) para verificar se o tratamento apresenta influência sobre a produção de citocinas pró-inflamatórias e modulação autonômica. Para a comparação das respostas subjetivas ao questionário DALDA foi aplicado teste não paramétrico de Wilcoxon. A significância adotada foi P < 0,05. Além disso, foi aplicado à inferência prática baseada em magnitudes para verificar a probabilidade da LEDfototerapia apresentar efeito positivo, irrelevante ou negativo comparado com o tratamento placebo. Após a semana, houve uma diminuição nas concentrações de TNF alfa para o grupo LED (Segunda: 7,9 ± 11,4; Sábado: 3,5 ± 2,4) comparado com o grupo PLA (Segunda: 7,1 ± 6,7; Sábado: 6,9 ± 8,9) as chances desse efeito serem positivos/inconclusivos/negativos para o grupo LED foi de 95/5/1. Além disso, houve um possível aumento (2/28/70) nas concentrações de IL6 para o grupo LED (45,9%) comparado com o grupo PLA (-34,1%). No que diz respeito às alterações autonômicas o grupo PLA apresentou um aumento no RMSSD (40%) após a semana, comparado com o grupo LED (10,9%) esse resultado mostrou um possível efeito positivo (9/16/75) para o grupo PLA comparado com o grupo LED. As alterações no estresse percebido “respostas pior que o normal e melhor que o normal” da parte “A” e “B” diminuíram e aumentaram, respectivamente para o grupo LED. Com esses resultados podemos concluir que a aplicação da LEDterapia foi capaz de diminuir as concentrações de TNF alfa e acarretar um efeito negativo sobre as concentrações de IL6. Além disso, as alterações na VFC foram inconclusivas para o grupo que recebeu o tratamento ao passo que o grupo controle (PLA) apresentou uma pequena elevação na modulação vagal.

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