Resumo

Em indivíduos normotensos, a realização de exercícios combinados (força e aeróbio) promove hipotensão pós-exercício. Considerando que a resposta da pressão arterial (PA) pós-exercícios de força e aeróbio pode ser regulada por mecanismos distintos, é possível que a ordem de realização dos exercícios combinados influencie no comportamento hemodinâmico pós-exercício, sobretudo em hipertensos, que, sabidamente, apresentam disfunções cardiovasculares. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito agudo da ordem de realização dos exercícios combinados nos determinantes hemodinâmicos de regulação da PA pós-exercício em mulheres hipertensas. Dezenove hipertensas (57±8 anos; 29,9±4,0 kg/m2; PA sistólica: 130±14 mmHg e PA diastólica: 68±7 mmHg, não fumantes, não diabéticas e em uso de medicação anti-hipertensiva), foram submetidas ao teste ergométrico máximo e ao teste de uma repetição máxima (1-RM) para a prescrição da intensidade do exercício aeróbio (50% a 70% da frequência cardíaca [FC] de reserva) e de força (50% de 1-RM), respectivamente. Posteriormente, elas foram submetidas a três sessões experimentais, realizadas em ordem aleatória: sessão controle (C), sessão de exercício aeróbio seguido de exercícios de força (A+F) e sessão de exercícios de força seguido de exercício aerpobio (F+A). Antes e após as sessões experimentais, a PA, a resistência vascular periférica (RVP), o débito cardíaco (DC), o volume sistólico (VS) e a FC foram obtidos em decúbito dorsal. Para a análise estatística, utilizou-se análise de variância de dois caminhos, com p≤0,05. Em comparação aos valores iniciais, houve aumento da PA sistólica após a sessão C (ΔC: +9±10 mmHg, p<0,01) e manutenção dessa variável após as sessões A+F e F+A (p>0,05); houve aumento da PA diastólica após a sessão C (ΔC: +6±7 mmHg, p<0,01) e manutenção dessa variável após as sessões A+F e F+A (p>0,05); e, houve aumento da PA média após a sessão C (ΔC: +7±8 mmHg, p<0,01) e manutenção dessa variável após as sessões A+F e F+A (p>0,05). Em comparação aos valores iniciais, houve aumento da RVP após a sessão C (ΔC:+0,16±0,18 mmHg.min/L, p=0,01) e manutenção dessa variável após as sessões A+F e F+A (p>0,05); houve redução do DC após a sessão C (ΔC: -0,64±1,23 L/min, p=0,05) e manutenção dessa variável após as sessões A+F e F+A (p>0,05); houve manutenção do VS após a sessão C (ΔC: -2±11 mL, p>0,05) e redução dessa variável após as sessões A+F e F+A (p<0,05); e, houve redução da FC após a sessão C (ΔC: -5±6 bpm, p<0,01) e aumento dessa variável após as sessões A+F e F+A (ΔA+F: +4±4 bpm e ΔF+A: +3±6 bpm, p<0,01). Não houve diferença estatisticamente significante entre as sessões A+F e F+A nas variáveis analisadas. Conclui-se que, em mulheres hipertensas, a ordem de realização dos exercícios combinados não influencia as respostas da PA pós-exercício, nem os seus determinantes de regulação.   
 

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