Resumo

Contexto e objetivo: Atualmente é muito comum pesquisas com exercícios que se utilizam de um grupo placebo. Porém, existe uma variabilidade enorme nos efeitos encontrados dificultando a compreensão desse fenômeno no exercício. Uma forma de melhorar a sensibilidade dessa análise pode ser a avaliação qualitativa de estudos separando-os por tipo de exercício e protocolo para obtenção da fadiga. Por meio de uma revisão sistemática foram avaliados criticamente estudos que utilizaram um grupo placebo juntamente com um grupo controle durante exercícios de endurance sem finalização pré-determinada. Métodos: Após a pesquisa em múltiplas bases de dados, foram identificados ensaios clínicos randomizados que avaliaram o efeito placebo com desfechos ergogênicos. Os trabalhos selecionados por meio da sistematização tiveram sua qualidade metodológica analisada pelas ferramentas GRADE e Risco de Viés. Resultados: oito estudos (91 participantes) se encaixaram nos critérios de inclusão. Seis estudos apresentaram efeito placebo ergogênico e dois estudos apresentaram efeito ergolítico. A ocorrência do efeito placebo pode variar dependendo de características relacionadas ao delineamento do estudo, porém é influenciada principalmente pela forma como a crença dos participantes é modulada. Conclusão: Evidências empíricas levantadas nessa revisão apontam que a existência de um efeito placebo ergogênico em atividades de endurance depende de critérios relacionados ao delineamento. Por meio da avaliação do nível de evidência, a confiança na estimativa de efeito mostra um importante grau de incerteza nos efeitos placebos encontrados impossibilitando generalizações.

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