Efeito prolongado da COVID-19 na composição corporal e na capacidade cardiorrespiratória em adultos jovens: um estudo longitudinal
Por Carolina Paioli Tavares (Autor), Cláudia Moraes Silva Pereira (Autor), José Roberto do Nascimento Júnior (Autor), Lucas Oliveira da Silva (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Os impactos de longo prazo da COVID-19 no organismo daqueles que contraíram a doença começam a ser investigados na literatura científica. Estudos recentes indicam que os sistemas musculoesquelético e o respiratório estão entre os mais prejudicados pelos efeitos duradouros da doença (Murray et al., 2021; Nicolai; Leunig; Brambs, 2020). Fatores como a idade, tempo de internação e intubação, presença ou não de comorbidades e condição econômica social parecem contribuir para que os efeitos da doença sejam mais longos também. Objetivos: O objetivo desse trabalho foi desenvolver um estudo longitudinal para investigar os impactos de longo prazo da COVID-19 nos parâmetros musculoesqueléticos e cardiorrespiratórios nos participantes do Projeto de Extensão “Saúde e qualidade de vida no pós COVID-19” desenvolvido no Departamento de Educação Física da UEPG. Metodologia: Participaram do estudo 2 pacientes pós doença, com idade média de 45 anos (±2.80), tempo médio de internação de 69 dias (±8.4), tempo médio de intubação de 50 dias (±14.1) e em boas condições de saúde. Os participantes realizaram avaliações de composição corporal para verificar os níveis da musculatura musculoesquelética corporal e de ventilometria para verificar a capacidade cardiorrespiratória. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UEPG com registro: 4.735.784. Resultados: Após 2 avaliações realizadas no período de oito meses, os resultados da composição corporal revelaram que os participantes apresentaram pequeno aumento da massa musculoesquelética e de gordura corporal. O elevado número de dias de imobilidade em virtude do tempo de internação e intubação sugere que a reabilitação musculoesquelética pode ser mais demorada que o normal. Ainda, as avaliações de ventilometria mostraram que entre a primeira e a segunda avaliação houve uma pequena melhora nos níveis de VO2 máx. O VO2 máx. refere-se à quantidade máxima de oxigênio que o organismo consegue absorver na respiração. Conclusão: Conclui-se a necessidade dos pacientes pós COVID-19 continuarem a frequentar programas de reabilitação e de exercício físico no período pós doença. Essas ações parecem colaborar para que os parâmetros musculares e cardiorrespiratórios possam voltar aos níveis de normalidade pré doença, contribuindo para a melhora dos aspectos da saúde e da qualidade de vida desses indivíduos.