Resumo

O estilo de vida sedentário e a alimentação com alto teor calórico influenciam diretamente no descontrole energético e metabólico, sendo estes, fortes preditores para o aumento da obesidade nos últimos anos. No entanto, a realização de exercício físico é considerado um eficiente tratamento não farmacológico contra as doenças decorrentes da obesidade. Assim, o objetivo do presente estudo foi testar se o exercício físico aeróbico, com intensidade moderada, realizado por um curto período e freqüência, oferece proteção contra as disfunções cardiometábólicas induzidas por ingestão de dieta rica em gordura em ratos adultos. Para isso, ratos machos com 60 dias, foram submetidos a um programa de exercício três vezes na semana por 30 dias. No final do protocolo de exercício físico, ratos treinados, receberam dieta hiperlipídica (HFD) por 30 dias (HFD-EXE). Animais sedentários receberam HFD (HFD-SED). Outros dois grupos exercitados (NFD-EXE) ou sedentários (NFD-SED), foram tratados com dieta comercial. O consumo de ração e o peso corporal foram medidos semanalmente. Aos 120 dias de vida, os animais foram submetidos ao teste de tolerância a glicose intravenoso para posteriores dosagens de glicemia e insulinemia. Um grupo a parte, foi utilizado para verificar parâmetros cardiovasculares e a atividade elétrica dos nervos autonômicos. Posteriormente foram retirados e pesados os estoques de gordura retroperitoneal, periepididimal e mesentérica. Os dados foram analisados no programa estatístico GraphPad Prism, versão 6.0 com os testes T-Student ou Anova Two-Way e pós teste de Tukey. Nossos resultados mostram que o ganho de peso corporal induzido pela DH foi prevenido em animais previamente exercitados. O exercício físico não afetou o consumo alimentar, contudo a DH reduziu a ingestão. A DH induziu um aumento nos estoques de gordura corporal, o qual foi impedido pela realização prévia de exercício físico. O descontrole glicêmico provocado pela ingestão de DH foi impedido pela realização prévia do exercício físico. A DH aumentou a atividade vagal e o exercício físico prévio impediu este aumento e estimulou maior atividade simpática em animais controles. O exercício físico prévio diminuiu a pressão sistólica e diastólica de animais controles, contudo, a DH bloqueou este efeito em animais HFD. Conclui-se que o exercício físico realizado previamente impediu o aumento de gordura corporal, disfunção glicêmica e disfunção autonômica. Já a ingestão de DH foi eficaz em aumentar a quantidade de gordura corporal, desenvolver descontrole glicêmico e autonômico e impedir os efeitos do exercício físico sobre a pressão arterial.

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