Resumo

A prática regular de atividade física associada a uma dieta balanceada é importante na promoção da saúde. Entretanto, a realização de exercícios físicos de alta intensidade ou exaustivos pode gerar danos como lesões, fadiga crônica e overtrainig, parcialmente em razão da elevada síntese de espécies reativas de oxigênio. Em contrapartida, o treinamento físico exerce capacidade protetora à essa resposta através da produção adaptativa endógena de antioxidantes. O sistema antioxidante é uma maquinaria que controla as ações dos radicais livres em prol da manutenção da homeostasia celular dos organismos aeróbios, podendo ser enzimáticos e não enzimáticos, endógenos e exógenos. O ácido α-lipóico e sua forma reduzida, ácido dihidrolipóico, agem como potentes antioxidantes e eliminam radicais livres. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação de ácido α-lipóico sobre biomarcadores de estresse oxidativo de camundongos treinados no pós-exercício exaustivo. O treinamento consistiu em 6 semanas de natação, em que o último dia correspondeu à uma sessão exaustiva com sobrecarga de 10% do peso corporal preso à calda do animal. Os animais do grupo Suplementado receberam 100mg/kg/dia de ácido α-lipóico, enquanto os do grupo Controle receberam veículo placebo. A eutanásia se deu em 3 diferentes momentos, Basal (animais que não realizaram exercício exaustivo), 0 e 4h pós-exaustão. As dosagens de biomarcadores de estresse oxidativo foram realizadas, obtendo-se uma diminuição simultânea das concentrações de glutationa reduzida (GSH), vitamina E após 4h de exercício exaustivo no grupo Suplementado, sugerindo o consumo destes em prol da redução da peroxidação lipídica, percebida pela redução das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (SRATB) no mesmo grupo e período do protocolo experimental. Em contrapartida, houve um aumento de óxido nítrico (ON) no grupo Suplementado e a capacidade antioxidante total permaneceu inalterada. Dessa forma, apenas esses dois últimos parâmetros vão de encontro à nossa hipótese. Desta maneira, conclui-se que a suplementação com ácido a-lipóico resultou em uma proteção contra o estresse oxidativo provocado pelo exercício exaustivo.

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