Resumo

A dexametasona (DEXA) é um potente agente imunossupressor e antiinflamatório, mas apresenta importantes efeitos colaterais, tais como a atrofia muscular e a resistência à ação da insulina nos músculos esqueléticos. Neste contexto, a suplementação com leucina poderia representar uma estratégia nutricional terapêutica capaz de limitar os efeitos colaterais do tratamento com DEXA. Neste estudo, foram investigados os efeitos da suplementação com leucina em baixas e altas doses sobre a massa muscular, força muscular, assim como vários marcadores metabólicos que estão sob controle da insulina em ratos com restrição calórica e em ratos tratados com DEXA. Como a resposta da suplementação com leucina pode também estar ligada à forma de administração desse aminoácido, realizamos experimentos com leucina administradas via gavagem (bolus) versus leucina diluída no bebedouro dos animais. A suplementação com leucina demonstrou preservar a massa muscular, a força muscular voluntária média e a homeostasia da glicose em animais sob restrição calórica, mas este efeito foi observado apenas com a leucina suplementada em baixas concentrações/doses. Este efeito da leucina sobre a massa muscular esteve associado com a expressão de genes envolvidos no remodelamento da musculatura esquelética. Quanto ao efeito da leucina sobre a homeostasia da glicose, um efeito benéfico do aminoácido foi observado com a suplementação em baixas doses, o qual foi evidenciado pelos dados metabólicos avaliados. No entanto, sob tratamento com DEXA, a suplementação com leucina agravou o estado "diabetogênico" dos animais. Por último, a via de administração da leucina influenciou significativamente a resposta a este aminoácido, onde a suplementação via gavagem mostrou-se menos prejudicial do que a suplementação com leucina diluída nos bebedouros, ao menos em relação ao aspecto diabetogênico causado pelo tratamento concomitante com DEXA.

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