Efeito do Treinamento Físico nas Concentrações Cerebrais de Insulina
Por José Alexandre Curiacos de Almeida Leme (Autor), Ricardo José Gomes (Autor), Maria Alice Rostom de Mello (Autor), Eliete Luciano (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A insulina tem clássica atuação periférica. Estudos tem demonstrado sua
ação relevante também sobre o sistema nervoso central, como agente
n e u romo d u l a d o r p o r me i o d e re c ep t o re s e s p e c í fi c o s at u a n d o n o
c re s c i m e n t o, d i fe re n c i a ç ã o e f u n ç ã o n e u ra i s, n a l i b e ra ç ã o d e
neurotransmissores, e sobre o controle da ingestão alimentar, manutenção
do peso corpóreo e funções reprodutivas e cognitivas. Sua ligação com
patologias, especialmente a doença de Alzheimer, tem sido foco de estudos
muito recentes. Sabe-se que o exercício ameniza o desenvolvimento da
Doença de Alzheimer. Pouco se sabe sobre a relação entre a insulina cerebral
e o exercício. Este trabalho teve por objetivo investigar o efeito do exercício
sobre as concentrações cerebrais de insulina em ratos. Para o estudo foram
utilizados 14 ratos (Wistar) com cerca de 65 dias, alimentados com ração
balanceada padrão (PurinaÒ) e água "ad libitum" e mantidos em gaiolas
coletivas à temperatura ambiente de 25º C sob ciclo periódico de 12h claro/
12h escuro. Os ratos foram distribuídos em grupo controle (GC) e grupo
treinado (GT). O protocolo de treinamento consistiu de natação, por 60
minutos, 5 dias/semana, durante 6 semanas. Após o sacrifício foram
retiradas amostras do sangue para verificação de glicose, insulina, albumina
e hematócrito e o cérebro para verificação das concentrações de insulina.
Entre os valores séricos não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativa. Quanto à insulina cerebral foram encontrados valore s
significativamente diferente entre os sedentários e treinados (1,81 ± 0,93;
4, 81 ± 2,41 µUI/mL) . Estes resultados indicam que o treinamento causou
aumento das concentrações cerebrais de insulina, sem aumento das
concentrações séricas de insulina e glicose, quer seja por possível facilitação
da barreira hemato-encefálica ou produção local de insulina, sendo
necessário futuros estudos para melhores esclarecimentos.