Resumo
O estudo objetivou verificar o efeito do treinamento de força muscular de membros inferiores sobre a marcha de mulheres idosas. Vinte e sete idosas participaram como voluntárias do estudo e foram divididas em um grupo experimental (n=14; 61.11 ± 4.37 anos; IMC = 26.46 ± 2.80 kg/m2 ) e um grupo controle (n=13; 61.67 ± 6.62 anos; IMC = 25.96 ± 3.02 kg/m2 ), intencionalmente, para obter grupos homogêneos. Os grupos foram analisados antes e após um programa designado para fortalecer os músculos dos membros inferiores. As participantes compareceram ao laboratório para duas sessões experimentais, nas quais a marcha, amplitude articular, força isométrica máxima e taxa de desenvolvimento de força muscular foram analisadas. As participantes do grupo experimental foram submetidas a 12 semanas de treinamento de força muscular, constituídas por 3 sessões semanais de aproximadamente uma hora de duração. Foram empregadas duas séries de 10 a 12 repetições composta por oito exercícios para os seguintes grupos musculares: flexores do quadril, glúteos, isquiotibiais, quadríceps, adutores e abdutores do quadril, flexores e extensores do tornozelo. A intensidade do treinamento foi de 60% da RM. As participantes do grupo controle apenas participaram das avaliações. A análise estatística foi realizada através de testes MANOVA, e post-hoc de SHEFFÉ, com p<0.05. Após o treinamento de força muscular, a marcha das participantes do grupo experimental apresentou um pico menor de inclinação anterior e maior amplitude de rotação e obliqüidade pélvica (p<0.05). Houve também alterações significativas no quadril, joelho e tornozelo. Essas mudanças propiciaram um maior comprimento da passada, cadência, velocidade da marcha e tempo do ciclo da marcha. Um maior tempo na fase de oscilação e menor tempo na fase de duplo apoio também foram encontrados. Nenhuma alteração foi encontrada no grupo controle, o qual todas as variáveis permaneceram inalteradas. Os resultados mostram que após o treinamento de força muscular dos membros inferiores as mulheres idosas apresentaram mudanças na marcha que reduzem o risco de quedas. Os efeitos da idade sobre a marcha foram revertidos e as participantes apresentaram um padrão similar aos adultos jovens após o programa de treinamento de força muscular.