Resumo

O estudo objetivou verificar o efeito do treinamento sob fadiga no controle e no desempenho do salto vertical. Dezenove acadêmicos de Educação Física (estatura de 1,88 ± 0,05m, peso 80 ± 8Kg), foram divididos em dois grupos: com fadiga (GCF, n=9) e grupo sem fadiga (GSF, n=10). Os atletas foram extratificados em quartis, em função do desempenho no salto vertical e a partir dos quais sorteados entre os dois grupos a fim de evitar a composição de grupos heterogêneos. Os grupos foram submetidos a 8 semanas de treinamento com duas sessões semanais de 2 (duas) horas de treinamento com e sem fadiga. O treinamento de fadiga foi controlado de forma que os sujeitos executassem saltos máximos em um mesmo volume de treinamento. A fadiga foi induzida pela manipulação da densidade dos movimentos. Dessa forma, o GSF saltou em intervalos entre 14-21s, enquanto o GCF em intervalos de 7s. Após seleção os participantes fizeram uma sessão de análise (pré), a qual foram repetidas (pós), o tratamento do programa de treinamento. Para comparar os efeitos dos diferentes protocolos de treinamento (GSF e GCF), um número de variáveis foram quantificadas para determinar as características contráteis e coordenativas. Estas variáveis foram comparadas em uma análise de multivariância (MANOVA) para medidas repetidas com um nível se significância superior a 95%. O GSF mostrou melhoria no desempenho de 3.1cm (7,5%; p<0.05), enquanto GCF não mostrou alteração na desempenho em relação a sua condição de pré-teste ( 0.4cm; p>0.05). O GSF demonstrou um maior ganho na elevação do centro de massa quando comparado com GCF (p<0.05). A análise do impulso também demonstrou um melhor desempenho do que o grupo GCF. O pico de torque detectado no GSF demonstrou uma influência positiva em resposta aos estímulos de treinamento, onde ganhos médios de 32% foram observados, enquanto o GCF demonstrou ganhos médios de 6%. Os músculos agonistas (extensores quadril e joelho e plantiflexores) apresentaram ganhos médios de 33% no grupo GSF e de 10% no grupo GCF, o que indica que o treinamento sem fadiga possibilitou um ganho mais acentuado sobre as características contráteis musculares em função do que aqueles decorrentes do treinamento com fadiga. Tais achados também foram consistentes quando as taxas de desenvolvimento de torque foram analisadas, as quais demonstraram uma melhor capacidade reativa (ex. habilidade de gerar elevados níveis de torque em curto período de tempo) em resposta ao treinamento sem fadiga. Portanto, os ganhos no salto vertical podem ser parcialmente atribuídos à melhoria nas propriedades contráteis musculares. Os aspectos espaciais e temporais do movimento não apresentaram alterações e indicaram uma estabilidade dos padrões de movimento empregados por ambos os grupos, que mantiveram inalteradas os parâmetros coordenativos do salto vertical.

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