Resumo
Objetivo: Comparar os efeitos de um programa de treinamento de força muscular com os efeitos de um programa de treino de força associado à prática da imaginação sobre aspectos motores, contráteis e psicológicos em mulheres fibromiálgicas. Metodologia: Participaram do presente estudo 17 mulheres, com idade média de 44,17±6,36 anos (Grupo de Treinamento de Força, n=6), (Grupo de Prática Combinada, n=5), e (Grupo Controle, n=6). As avaliações foram realizadas em três fases (pré-teste, pós-teste e retenção), utilizando-se como instrumentos de medida: Teste de Seis Minutos -TC6 (capacidade aeróbia), Foot up and Go (agilidade) e força de Membros inferiores (Sentar e Levantar da Cadeira), avaliações antropométricas, intensidade da dor (Escala visual analógica - EVA), limiar de dor (Algomêtro), cinesiofobia (Escala Tampa de Cinsesiofobia), autoeficácia (Escala de Autoeficácia para dor crônica), força muscular (teste de força isometria máxima), força dinâmica (teste de 1RM). O Grupo de Treinamento de Força (GTF) foi submetido a 18 sessões de treinamento de força (três vezes por semana), compostas por exercícios de força muscular (extensor e flexor do joelho e leg press). O Grupo de Prática Combinada (GPC) foi submetido ao mesmo programa de treino de força associado à prática da imaginação dos mesmos movimentos (prática imaginada). O Grupo Controle (GC) não realizou intervenção. Resultados: o Grupo de Prática Combinada foi mais eficaz para a melhora da cinesiofobia (ANOVA p=0,017) do que o Grupo de Treino de Força e Grupo Controle. Ambos os grupos (GTF e GPC) não se mostraram eficazes para a melhora do torque e taxa de desenvolvimento de torque, porém ambos tiveram efeitos positivos sobre a força dinâmica - no Grupo de Treino de Força houve melhora na força dos extensores de joelho (ANOVA p = 0,013) e leg press (ANOVA p = 0,001), enquanto que no Grupo de Prática Combinada, a melhora ocorreu na força dos extensores do joelho (ANOVA p= 0,006). Dentre os testes funcionais, a capacidade aeróbia e a força de membros inferiores melhoraram em ambos os grupos experimentais (GTF e GPC), enquanto que o Grupo Controle só obteve resultado no teste de capacidade aeróbia. Somente o Grupo de Treino de Força melhorou sua autoeficácia para o domínio dor (ANOVA p= 0,003), no entanto não se observou aumento da dor com o treinamento de força muscular em ambos os grupos experimentais. Conclusão: Ambos os grupos experimentais melhoraram alguns aspectos motores, contráteis e psicológicos, dentre aqueles avaliados no presente estudo. Acredita-se que os resultados encontrados possam contribuir para o esclarecimento de importantes questões acerca do treinamento de força, associado ou não à imaginação, como estratégia de intervenção para mulheres acometidas pela síndrome da fibromialgia.