Resumo

Objetivo: Analisar o efeito de um programa de treinamento com pesos em intensidade autosselecionada sobre as respostas psicofisiológicas, aptidão física e funcional e composição corporal de idosas sedentárias. Métodos: Trinta e duas mulheres idosas divididas em dois grupos (Grupo intensidade autosselecionada (n = 16) e Grupo controle (n = 16)) realizaram duas semanas de exercício para familiarização com a utilização dos equipamentos, realização adequada dos exercícios e utilização das escalas perceptuais (escala de percepção subjetiva do esforço (PSE) e escala de sensação). Antes e após o treinamento com pesos em intensidade autosselecionada (TPIA) todas as participantes realizaram uma bateria de testes da aptidão física e funcionais: capacidade aeróbia, flexibilidade, amplitude de movimento, força muscular (membros superiores e inferiores), agilidade e equilíbrio dinâmico. Uma sessão de exercício similar a utilizada no TPIA foi realizada em quatro momentos a fim de analisar as respostas perceptuais (percepção subjetiva do esforço, percepção subjetiva do esforço da sessão e afeto) e intensidade autosselecionada. O TPIA foi realizado por 12 semanas, três vezes na semana, constituído de oito exercícios realizados em maquinas com três séries de 10 – 15 repetições. Os dados foram analisados pelas medias (desvio-padrão), ANOVA de medidas repetidas e teste t para amostras independentes (p<0.05). Resultados: Ao longo do TPIA as idosas sedentárias selecionaram uma carga que propiciou uma intensidade média de 42% de 1RM, percepção subjetiva do esforço entre “um pouco fácil” e “um pouco difícil” e uma resposta afetiva de “bom”. Apesar do TPIA não ter provocado alterações significativas na massa corporal, índice de massa corporal, massa gorda ou % gordura corporal, foi observado um aumento na massa livre de gordura (delta = 5,0%), no O2Máx (delta = 16%), melhoras nos indicadores de força muscular de membros superiores (delta ~ 24,5 – 29,7%) e inferiores (delta 10,2 – 36,1%), agilidade e equilíbrio dinâmico (delta = 6,8%) e flexibilidade de membros superiores (delta 55,1%) e inferiores (delta ~ 8,9 – 42,9%). Além disso, foi verificado que a PSE da sessão é uma ferramenta válida para quantificar a intensidade do TPIA de mulheres idosas. Conclusões: O TPIA foi realizado em intensidade abaixo do recomendado para melhora na força e hipertrofia muscular. Contudo, esta estratégia foi eficiente para melhorar da aptidão física e funcional e composição corporal de mulheres idosas sedentárias, reportando uma baixa PSE e uma elevada sensação de prazer/conforto associado à realização do treinamento. Desta forma, a autosseleção da intensidade por idosos no treinamento com pesos pode ser utilizada no intuito de manter a aderência, particularmente nas primeiras fases de um programa de exercício físico. 

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