Efeito de Um Programa de Treino em Idosos: Comparação da Avaliação Isocinética e Isotônica
Por Joana Carvalho (Autor), José Oliveira (Autor), José Magalhães (Autor).
Em Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (até 2003 Revista Paulista de Educação Física) v. 17, n 1, 2003. 11 Páginas. Da página 74 a 84
Resumo
O objetivo principal deste estudo foi o de avaliar o efeito de um programa complementar de
atividade física na força muscular de idosos em função do método de avaliação. Dezenove idosos (12
mulheres e sete homens) com idade média de 68,7 ± 4,2 anos, um peso médio de 66,8 ± 8,6 kg e altura média
de 1,6 ± 0,1 m, participaram num programa complementar de atividade física durante seis meses, englobando
sessões de atividade física generalizada (2 x sem.; 50 min) e de treino específico de força em máquinas de
resistência variável (2 x sem.; 40-50 min). A força muscular foi avaliada isotônica e isocineticamente em
quatro períodos distintos: inicial (“baseline”), intermédio (três meses após), final (seis meses após) e destreino
(um mês após término da atividade). Assim, o teste de uma repetição máxima (1RM) foi utilizado como
medida da força concêntrica dinâmica para a extensão e flexão do joelho. A força máxima isocinética dos
extensores e flexores do joelho foi avaliada, em ambos os membros, através de um dinamômetro isocinético
(Biodex System 2, USA), em duas velocidades distintas: 60º/s e 180º/s. Os resultados foram os seguintes: a) a
força dos músculos extensores e flexores do joelho aumentou após treino, com particular evidência no
membro não-dominante; b) existe uma especificidade da resposta de adaptação relativamente ao método de
avaliação utilizado, sendo que os resultados da avaliação da força de forma isocinética foram inferiores aos
obtidos pela avaliação isotônica através do método de 1RM; c) na avaliação pelo método de 1RM, ao
contrário da avaliação isocinética, para além das melhorias após seis meses de treino, foram observadas
alterações significativas, quer nos flexores, quer nos extensores do joelho após os três primeiros meses de
treino, não sendo, no entanto, observadas alterações nos últimos três meses; d) em oposição aos resultados
obtidos pela avaliação isotônica, o destreino não teve um impacto significativo na redução dos níveis de força
isocinética dos idosos. Conclui-se que um programa complementar de atividade física parece ser
suficientemente intenso e específico para induzir melhorias na força muscular de idosos independentes. No
entanto, a magnitude de resposta de adaptação e desadaptação após treino e destreino, é dependente do
método de avaliação utilizado.