Resumo

O objetivo do presente estudo foi investigar a hipótese da variabilidade de prática da teoria de esquema (Schmidt, 1975). Dois experimentos foram conduzidos para testar a hipótese. No experimento 1 a tarefa empregada foi um arremesso de precisão, com o braço dominante. Esta tarefa foi realizada em um aparelho, construído para esta pesquisa que consistiu em um alvo móvel. Participaram do experimento, 60 crianças, de 9 a 10 anos, do sexo feminino, distribuídas em dois grupos, um de prática variada e outro de prática constante. Cada criança realizou 60 tentativas na fase de aprendizagem e 6 tentativas em cada um dos testes de transferência. Na fase de aprendizagem, o grupo de prática variada executou a tarefa em quatro distâncias diferentes (1,50m, 1,90m, 2,30m e 2,70m), enquanto o grupo de prática constante a executou em uma única distância (2,50m). O teste 1 de transferência consistiu em realizar o arremesso a partir de uma nova distância (3,10m), com o alvo se deslocando na mesma velocidade da fase de aprendizagem. O teste 2 consistiu em realizar o arremesso na mesma distância do teste anterior, porém, em uma velocidade diferente. No experimento 2 foi utilizado o mesmo método e o mesmo delineamento experimental, à exceção de que a tarefa foi realizada com crianças do sexo masculino, que efetuaram suas tentativas de aprendizagem em uma seqüência de distâncias diferentes, ou seja, 2,30m, 1,50m, 1,90m e 2,70m, com o braço não dominante. A análise dos resultados mostrou que, nos 2 experimentos, o grupo de prática variada obteve um escore médio e consistência de performance superiores no teste 1 de transferência. No entanto, as diferenças observadas não atingiram níveis estatisticamente significantes. No teste 2 de transferência a comparação da performance dos dois grupos apresentou uma diferença ainda menor e portanto estatisticamente não significante. Os resultados deste estudo não confirmaram a hipótese da variabilidade de prática.

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