Resumo
Tem sido sugerido que combinar o treinamento de força (TF) com o treinamento com vibração (TV) pode ser mais vantajoso do que realizar o TF isolado. OBJETIVOS: Foi objetivo deste estudo avaliar os efeitos da combinação do TF com o TV (TF+V) sobre o desenvolvimento de hipertrofia e os desempenhos da força máxima dinâmica de membros inferiores (FMD) e do salto vertical (SV). Investigou-se também se os benefícios proporcionados pelo treinamento são acompanhados por alterações agudas e crônicas na excitabilidade das vias reflexas. METÓDOS: Foram realizados dois experimentos. No primeiro, foram avaliados os efeitos de uma sessão de treinamento sobre o desempenho do SV e excitabilidade das vias reflexas. Doze sujeitos do sexo masculino foram submetidos a quatro condições experimentais. Na condição TF, realizaram cinco séries de 10 repetições do exercício agachamento, com 90% da massa corporal. Nas condições TF+V30 e TF+V50, o TF foi realizado sobre a plataforma vibratória nas freqüências de 30 Hz (2-4 mm) e 50 Hz (4-6 mm), respectivamente. Na condição controle (C), os sujeitos permaneceram em repouso. Antes e depois de todas as condições experimentais, foram mensurados o desempenho do SV, e os reflexos de Hoffmann (H com amplitude de 20% da onda M máxima, H20%) e tendíneo máximo (Tmáx), no músculo sóleo. No segundo experimento, 29 sujeitos do sexo masculino foram divididos aleatoriamente nos grupos TF, TF+V30 e TF+V50. Os três grupos realizaram entre 3-5 séries de 6-12 RM do exercício agachamento, duas vezes por semana, durante dez semanas. Os grupos TF+V30 e TF+V50 fizeram o agachamento sobre a plataforma vibratória nas freqüências de 30 Hz (amplitude de 2-4 mm) e 50 Hz (amplitude de 4-6 mm), respectivamente. Antes e depois do período de treinamento, foram avaliados a área de secção transversa do quadríceps femoral (ASTQ), os desempenhos da FMD e do SV, os reflexos H e T máximos (Hmáx e Tmáx) e a onda M máxima (Mmáx), no músculo sóleo. RESULTADOS: No primeiro experimento, não foram verificadas alterações significantes na amplitude de H20% em nenhuma das condições (p>0,05). Houve diminuições significantes na amplitude das ondas Tmáx, nas condições TF (-7,4%) e TF+V50 (-11,1%), no primeiro minuto, em comparação ao período antes da intervenção (p<0,001). Foram verificadas diminuições significantes na altura do SV após a realização de todas as condições (C= -11,8%, TF= -6,6%, TF+V30= -7,7% e TF+V50= -7,4%) (p<0, 001). Não houve diferenças significantes entre grupos em nenhuma das variáveis (p>0,05). No segundo experimento, após as dez semanas de treinamento, foram verificados aumentos significantes na ASTQ (TF= 9,8%, TF+V30= 11,7%, TF+V50= 12,9%); na FMD (TF= 16,9%, TF+V30= 15,2%, TF+V50= 16,6%) e na altura do SV (TF= 6,0%, TF+V30= 7,2%, TF+V50= 6,0%) para os três grupos (p<0,05). Não houve diferença significante entre grupos em nenhuma das três variáveis. O período de treinamento não causou alterações significantes nas razões Hmáx/Mmáx (TF = +28%, TF+V30 = -16,3%, TF+V50 = -14%) e Tmáx/Mmáx (TF = -30,3%, TF+V30 = -38,2%, TF+V50 = -28,1%) (p>0,05). Contudo, foi verificado efeito principal de tempo significante para a razão Tmáx/Mmáx (-48,9%) (p<0,05). CONCLUSÕES: A realização de uma sessão de treinamento de força causa uma breve redução da atividade dos fusos musculares. Essa redução não é ampliada quando o TF é combinado com vibração. Realizar um período de TF sobre a plataforma de vibração não proporciona qualquer aumento adicional na ASTQ ou nos desempenhos da FMD e do SV, em relação ao que pode ser conseguido através do TF