Efeitos Agudos e Crônicos de Um Programa de Alongamento Estático e Dinâmico no Rendimento em Jovens Atletas do Futebol
Por Diego Laureano Gonçalves (Autor), Tiago Sebastiá Pavão (Autor), Marcelo Baptista Dohnert (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 19, n 4, 2013. Da página 241 a 246
Resumo
INTRODUÇÃO: O alongamento é uma técnica terapêutica e pode ser utilizada como forma de aquecimento para aumentar a flexibilidade ou diminuir a dor ao longo do movimento, com objetivos na melhora da performance e redução do risco de lesões.
OBJETIVO: Verificar os efeitos agudos e crônicos de um programa de alongamento estático em relação ao dinâmico na performance em jovens atletas do futebol.
MÉTODOS: Estudo clínico randomizado de equivalência realizado entre agosto e novembro de 2010 junto à categoria sub-17 do Grêmio Torrense. Após preencherem os critérios de inclusão, atletas foram aleatoriamente alocados em dois grupos: alongamento estático ou alongamento dinâmico. Todos realizaram uma avaliação inicial e foram submetidos à primeira intervenção. Após, foram novamente avaliados e ao término de 12 sessões de treinamento. Foram avaliadas as valências flexibilidade, impulsão, velocidade, força e recrutamento muscular.
RESULTADOS: A impulsão horizontal melhorou significativamente nos dois grupos do estudo, porém esta melhora persistiu na fase crônica apenas no grupo alongamento estático (p = 0,02). A flexibilidade aumentou significativamente em ambos os grupos na fase aguda, porém só no grupo estático se verificou o seguimento desta melhora na fase crônica (p = 0,03). As duas formas de alongamento levaram a perda de rendimento no teste de velocidade. Não se observou melhora da força muscular de isquiotibiais ao longo do período do estudo em ambos os grupos. A atividade elétrica dos isquiotibiais diminuiu significativamente na fase aguda para o grupo alongamento estático (p = 0,035) e aumentou significativamente na fase crônica no grupo alongamento dinâmico (p = 0,038).
CONCLUSÃO: Neste estudo conclui-se que alongamentos de forma estática melhoram a flexibilidade e impulsão horizontal, enquanto que alongamentos dinâmicos melhoram a ativação muscular.