Resumo

Introdução: O futsal é caracterizado como uma modalidade intermitente de alta intensidade, com acelerações, desacelerações, saltos, chutes e mudanças de direção. O acúmulo dessas ações durante jogos e treinos costumam gerar um estado de fadiga nos jogadores. Este estado pode estar associado a diminuição da performance física, além de mecanismos de lesões em função dos acúmulos de cargas. Sendo assim, o monitoramento das cargas é fundamental para verificar a recuperação de jogadores e no planejamento de novas aplicações de cargas, otimizando o controle do desempenho físico e na prevenção de lesões. Objetivo: Analisar os efeitos agudos e subagudos de um protocolo de corrida intermitente específico para simular as demandas físicas do futsal sobre marcadores de desempenho neuromuscular e de escalas perceptuais em jogadores de futsal. Métodos: Foram sujeitos do estudo 15 jogadores amadores de futsal (18,3 ± 3,8 anos). O protocolo foi desenvolvido para reproduzir as demandas neuromusculares e fisiológicas, assim como a característica intermitente e de corrida multidirecional de uma partida de futsal. O design do estudo contou com avaliações pré, durante o intervalo, logo após e 24 e 48 horas após o protocolo. Foram avaliadas medidas de potência de membros inferiores, desempenho em sprints, produção de torque e análises perceptuais de dor, esforço e recuperação. A análise de variância de medidas repetidas foi utilizada para comparar as médias das variáveis nos diferentes momentos de avaliação e a correlação de Pearson foi utilizada para correlacionar os resultados obtidos no momento pré com os deltas dos momentos subsequentes. Foi considerado o nível de significância de 5% (p≤0,05). Resultados: Foram identificados efeitos agudos e subagudos do FIRP sobre algumas variáveis. Houve uma diminuição da altura do CMJ (p=0,03) e um aumento no tempo de sprint de 10 e 20 m durante o intervalo e logo após o protocolo (p=0,01 e p<0,01, respectivamente). Houve também uma diminuição no pico de torque excêntrico dos extensores (p=0,02) e flexores (p<0,01) até 48 horas após o protocolo e uma diminuição do pico de torque concêntrico dos flexores (p<0,01) logo após o protocolo. Além disso, os jogadores relataram uma menor recuperação até 48 horas após o protocolo (p<0,01) e relataram dor na região posterior de coxa (p=0,03) logo após e 24 h após. Quando levado em consideração o nível de aptidão física obtido no FIET, não foi identificado efeito significativo ao longo do tempo no perfil de recuperação dos jogadores (p>0,05). Com as análises de correlação, foi encontrado que jogadores com melhor desempenho nas variáveis obtidas nos momentos pré FIRP na altura do CMJ e nos sprints foram os que apresentaram maiores quedas no desempenho durante o intervalo, logo após a partida e 24h após o FIRP. Também foi encontrado uma correlação positiva entre o pico excêntrico de torque dos músculos flexores no momento pré com a diferença entre esse pico do momento pré para o pós protocolo. Conclusão: O protocolo causou uma diminuição aguda na performance de salto, sprint e torque, além de uma diminuição do torque excêntrico também de forma subaguda. Jogadores com maior desempenho no FIET não tiveram um perfil diferente de recuperação, porém jogadores com maior característica de velocidade, força e potência parecem ter maiores perdas de forma aguda após o FIRP.

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