Resumo

O propósito desse estudo foi analisar os efeitos da alteração no ângulo do tubo do selim (ATS) da bicicleta sobre variáveis fisiológicas e biomecânicas, durante o ciclismo e no desempenho de corrida subsequente. Seis triatletas amadores do sexo masculino (24,1+7,8 anos; 71,3+7,6 kg; 1,76+4,8 m) submeteram-se, em dias diferentes e aleatórios, a dois testes de 20km de ciclismo (um a 73o e outro a 80o ATS) em uma intensidade autosselecionada, em suas próprias bicicletas, acopladas a um ciclossimulador com transição imediata para o desempenho de corrida na distância de 3km. A intensidade autosselecionada, no primeiro teste de ciclismo, foi fixada durante o segundo teste. Não foram observadas diferenças significantes durante o ciclismo entre os diferentes ATS. Durante a corrida, a velocidade do 2okm foi significativamente maior no ângulo de 80º (3,99+0,44m/s) comparado ao de 73º (3,92+0,45m/s), sem diferença significativa (P= 0,065) entre os ângulos na velocidade média total (4,07+0,46m/s a 73º e 4,18+0,47m/s a 80º). Houve um aumento significativo na frequência de passada a 73º quando comparado a 80º ATS no 3okm (88,2+0,12 passadas/min e 91,2+0,12 passadas/min, respectivamente) e na média total da corrida (87,6+0,12 passadas/min para 90,0+0,08 passadas/min, respectivamente). Dessa forma, podemos concluir que as alterações no ATS não modificaram significantemente as variáveis fisiológicas e biomecânicas, durante o ciclismo, assim como o rendimento dos 3 km de corrida subsequentes. Entretanto, as diferenças observadas na mecânica, no ritmo da corrida e a tendência (P= 0,065) de melhora do desempenho indicam um pequeno mais significativo efeito sobre a corrida realizada após o ciclismo com ATS mais elevado, aspectos que podem ser relevantes para o rendimento final em uma competição.

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