Resumo
Estudos recentes têm demonstrado que expectativas e atitudes podem afetar não apenas a performance (Chalabaev, Sarrazin, Stone & Cury, 2008), mas também a aprendizagem de habilidades motoras (Wulf, Chiviacowsky & Lewthaite, 2012). O objetivo do presente estudo foi investigar a influência da ameaça do estereótipo sobre a aprendizagem de uma habilidade motora esportiva em mulheres. Todos os participantes praticaram quinze tentativas de uma tarefa de driblar do futebol e a aprendizagem foi observada através de testes de retenção. Antes da prática, os participantes receberam instruções introduzindo a tarefa como envolvendo as habilidades atléticas de força e potência, onde normalmente as mulheres desempenham pior do que os homens (grupo ameaça do estereótipo - AE), ou como envolvendo agilidade/coordenação, onde as mulheres podem normalmente desempenhar melhor do que os homens (grupo ameaça do estereótipo reduzido - AER). Após a prática, todos preencheram um questionário medindo autoeficácia. Os participantes do grupo AER demonstraram vantagens significativas de performance e aprendizagem motora, assim como um maior nível de autoeficácia do que o grupo AE. Tais resultados fornecem evidência de que a aprendizagem de habilidades motoras esportivas pode ser influenciada pelo uso de instruções delineadas a fim de reduzir a ameaça do estereótipo. Eles podem ser adicionados à evidência, crescente na literatura, do impacto de fatores sócio-cognitivos sobre a aprendizagem de habilidades motoras.