Resumo

Acredita-se que a cafeína possua mecanismos de ação central e periférica, que podem desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas, resultando na melhoria do desempenho atlético e na diminuição da sensação de fadiga. Por outro lado, algumas pesquisas já mostraram que a performance pode ser comprometida em condições ambientais de alto calor e umidade e, embora numerosos estudos já tenham avaliado o efeito desta metilxantina durante o exercício, poucos estudos enfocaram a ação concomitante da cafeína, exercício e o stress térmico sendo raros os experimentos realizados em condições reais de competição. Este estudo duplo-cego e randomizado teve por objetivo verificar a ação da cafeína em oito ciclistas bem treinados sobre a taxa de esforço percebido (RPE) a temperatura timpânica (Tt), o peso corporal (PC) e a freqüência cardíaca (FC) com a ingestão de doses de 5 e 9 mg/kg de cafeína e placebo, em 3 provas de 45 km em condições de alto risco térmico. Os resultados não mostraram diferenças significativas entre as variáveis estudadas, entretanto a RPE foi menor com as doses de 9 mg/kg e 5 mg/kg que com placebo. Esta pesquisa indica que as condições de calor e umidade podem ser suficientes para mascarar o benefício ergogênico da cafeína, entretanto deve-se considerar, pela tendência dos dados, que a cafeína exerce alguma influência sobre a percepção subjetiva de esforço do atleta podendo levar à redução dos sinais de fadiga durante o exercício.
 

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