Resumo
O alongamento pode contribuir para diminuir a perda de flexibilidade, massa e força musculares de idosos. Objetivo: Avaliar o efeito crônico do alongamento na força muscular, flexibilidade e funcionalidade de idosas institucionalizadas. Métodos: Foram selecionadas 19 idosas (67± 9,02 anos; 72,38 ± 17, 11 kg; 154,0 ± 0,08 cm), divididas em 2 grupos: Controle (Controle, n=09) receberam orientações sobre saúde através de palestras educativas e atividades lúdicoculturais, 3x/semana; Alongamento (Along, n=10) realizaram 3x/semana aquecimento prévio, por meio de caminhada, durante 10 minutos e uma série de 4 repetições de exercício de alongamento ativo de isquiotibiais com 1 minuto de duração e 1 minuto de relaxamento, 3x/semana, durante 08 semanas consecutivas. Todos os resultados foram avaliados antes e após 8 semanas do início do treinamento. Foram analisadas as seguintes variáveis: amplitude de movimento (ADM) por meio da fotogrametria, pico de torque por meio de dinamômetro isocinético, ambos para flexores e extensores de joelho. A análise funcional do joelho foi realizada por meio da escala de Lysholm e de independência com a escala de Barthel. Para comparação intra e inter grupos foi usada análise de variância (ANOVA) por medidas repetidas, seguida de post hoc Fisher, com significância p≤0,05. Utilizaram-se também os testes nãoparamétricos Wilcoxon e Teste U de Mann-Whitney. Resultados: No Along foi observado aumento significativo da flexibilidade de isquiotibiais quando comparado ao pré treinamento (59.5 ± 9° vs 76.5 ± 13°, p=0.0002) e ao Controle (76.5 ± 13° vs 64 ± 12°, p=0.018). O grupo controle apresentou diminuição na ADM do quadríceps (118.33 ± 7.6° vs 124 ± 6.8°, p=0.031, Wilcoxon) e do pico de torque excêntrico extensor, quando comparados a pré intervenção (-60.5 Nm ± 18.9 vs -49.4 Nm ± 16.8, p=0.048). Conclusão: o programa de alongamento, realizado apenas 3x/semana, foi efetivo para aumentar a ADM dos músculos flexores do joelho das idosas institucionalizadas. Apesar de independentes funcionalmente, os baixos valores de torque concêntrico e excêntrico de flexores e extensores do joelho podem estar relacionados com a institucionalização, comorbidades e baixo grau de escolaridade. A falta de alongamento pode acarretar perda de flexibilidade e de força muscular.