Resumo

Introdução: A estimulação transcraniana por corrente contínua anódica (ETCC-a) tem demonstrado melhora quanto ao maior volume de treino exercido em diversos exercícios de força, bem como uma redução da percepção subjetiva de esforço (PSE) nos devidos exercícios. Porém, até o presente momento, nenhum estudo investigou os efeitos da ETCC-a sobre o volume de treino e a PSE no exercício de agachamento. Objetivo: O Objetivo da presente dissertação foi verificar o efeito da ETCC-a sobre volume de treino e a PSE no exercício agachamento em homens treinados em força. Métodos: Foram selecionados 15 homens treinados em força que atenderam aos critérios de elegibilidade. Os sujeitos foram submetidos a quatro visitas, sendo duas visitas atribuídas às avaliações iniciais e duas visitas para a fase experimental, todas com intervalo de 48-72 horas entre as visitas. Na primeira os sujeitos foram submetidos às avaliações antropométricas, teste de 1 repetição máxima (1RM) para o exercício agachamento e familiarização com o exercício e a escala de PSE a ser utilizada na fase experimental. Na segunda visita foram realizados novamente os mesmos procedimentos da primeira visita, exceto as avaliações antropométricas. Nas 3ª e 4ª visitas, foram realizadas as seguintes condições experimentais, de forma cruzada e randomizada: 1) Estimulação transcraniana por corrente contínua anódica (ETCC-a) e estimulação transcraniana por corrente contínua placebo (Sham). A aplicação da ETCC-a ocorreu sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, com 2,0mA de intensidade e 20 minutos de duração. Na condição Sham, onde os mesmos procedimentos foram realizados, no entanto, o aparelho foi desligado após 30 segundos de duração. Imediatamente após as condições experimentais, os sujeitos desempenharam o protocolo do exercício de agachamento, que consistiu em três séries, a 80% da carga máxima obtida no teste de 1RM e intervalo de recuperação de um minuto entre as séries e exercícios. O volume de treino foi mensurado através do volume de carga (repetições x carga) e número de repetições em cada série. A PSE foi mensurada imediatamente após a última repetição de cada série do exercício. Resultados: O volume de carga foi significativamente maior na condição ETCC-a quando comparado à condição Sham (p = 0,03). Em relação ao número de repetições, o principal achado foi demonstrado na primeira série apenas, onde a condição ETCC-a apresentou maior número de repetições quando comparada à condição Sham (média de diferença = 2,5 repetições; p = 0,01). Em adição, foi demonstrada uma interação entre condição e séries (F(1,405, 19,675) = 4,057; p = 0,05). Deste modo, na condição ETCC-a as comparações entre as séries demonstraram que a primeira série apresentou menor valor da PSE quando comparada à segunda série (p ≤ 0,001) e a terceira série (p ≤ 0,001). Além disso, ainda na condição ETCC-a, a PSE também demonstrou menor valor na segunda série comparada a terceira série (p ≤ 0,001). Para a condição Sham, foi demonstrado que a PSE foi menor na primeira série quando comparado à segunda série (p = 0,01) e a terceira série (p ≤ 0,001). Conclusão: O presente estudo sugere que a ETCC-a aplicada sobre o CPFDL esquerdo de sujeitos treinados promoveu maior volume de carga e nenhuma alteração na PSE no exercício agachamento. Estes resultados sugerem que a ETCC-a possa ser utilizada como um recurso ergogênico de fácil aplicabilidade por profissionais de educação física que atuam na prática do treinamento de força.

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