Resumo

Nas últimas duas décadas, os efeitos da prática variada na aquisição de habilidades motoras têm sido discutidos tendo como pano de fundo a hipótese de variabilidade de prática (Schmidt, 1975) e o principio da interferência contextual (Shea & Morgan, 1979). No entanto, apesar de ambas as concepções proporem a variabilidade de prática como um elemento positivo no processo de aquisição de habilidades motoras, reportam esse efeito a fatores distintos: a primeira considera este efeito positivo como algo relacionado à quantidade de variação e a segunda considera este efeito como uma função da estrutura de prática. Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi comparar o efeito de diferentes estruturas de prática variada na aprendizagem de uma tarefa de timing coincidente, mantendo-se a quantidade de variação constante. Participaram 80 escolares de nove anos de idade, distribuídos nos grupos bloco {BL), bloco aleatório (BAL), bloco seriado (BSR) e aleatório (AL). O instrumento utilizado foi o Temporizador de Antecipação de Bassin que permite a manipulação da velocidade de propagação de um rastro luminoso. A tarefa consistiu em apertar o botão de resposta no momento de incandescência do último diodo da sequência. Na fase de aquisição, as crianças realizaram 20 tentativas em 4 velocidades diferentes, nas respectivas estruturas de prática. Na ~ de transferência e, uma semana após, na fase de retenção, as crianças realizaram 4 tentativas, em 2 velocidades diferentes das utilizadas na fase de aquisição. As análises de varitlncia efetuadas nas fases de retenção e de transferência, não detectaram diferença significante entre os grupos nas três medidas utilizadas, para todas as comparações p > 0,05. Estes resultados estão de acordo com a possibilidade de não encontrar efeitos de interferência cont~xtual e, portanto relacionados à estrutura da prática, quando se utiliza tarefas de uma mesma classe de movunentos (Magill & Hall, 1990).

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