Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa com comprometimento primário dos neurônios da “substância nigra” e consequente diminuição da produção de dopamina. Essa situação leva a uma disfunção dos gânglios da base, propiciando o surgimento de anormalidades nos movimentos tais como tremores, bradicinesia, rigidez e instabilidade postural, os quais são os sinais e sintomas mais característicos dessa patologia, que leva a um declínio progressivo da função motora (JANKOVIC, 2008). Devido ao caráter crônico e neurodegenerativo dessa doença, a função motora é amplamente afetada, com a possibilidade de ocorrer uma diminuição dessa função com o avanço da DP. A prática motora é considerada como um dos mais importantes fatores para manter a capacidade de executar uma habilidade motora, pois, segundo Flash, Inzelberg, Schechtman e Korczyn (1992) e Behrman, Cauragh, Light (2000), o declínio dessa função pode ser um importante fator limitante na execução das tarefas diárias de um parkinsoniano. Além disso, os portadores da DP apresentam um comprometimento nas informações proprioceptivas, ou seja, apresentam dificuldade de perceber as informações sensitivas (aferentes) enviadas ao Sistema Nervoso Central (SNC) por receptores sensoriais presentes em músculos, tendões e cápsulas articulares - que fornecem informações sobre o estado do movimento como velocidade de contração, tensão e comprimento muscular (KONCZAC, CORCOS, HORAK, POIZNER, SHAPIRO, TUITE, VOLKMANN, MASCHKE, 2009). Para os parkinsonianos existem muitos fatores que afetam a execução do movimento, sendo, entre eles um dos mais limitantes, a diminuição da propriocepção. Os estudos sobre esse déficit têm sugerido que os portadores da DP necessitam de um feedback aumentado para monitorar seus movimentos, já que as informações aumentadas auxiliam a capacidade sensorial reduzida (FLASH, INZELBERG, SCHECHTMAN, KORCZYN,1992).

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