Resumo

Bons parâmetros de saúde podem estar diretamente relacionados à prática regular de atividade física, seja ela pela prática esportiva ou em aulas de educação física no ensino regular. Nas instituições de ensino segregado (como por exemplo APAEs) podemos observar rotinas insuficientes de aulas de educação física ou mesmo a falta de incentivo a esta prática, somado há uma baixa demanda de esforço nas poucas aulas aplicadas. O objetivo do estudo é comparar parâmetros de saúde (somatório de dobras cutâneas e pressão arterial) dos alunos com deficiência intelectual (DI) participantes do PROEFA (Programa de atividade física adaptada), e alunos com DI regulares da instituição APAE não participantes de um programa específico de atividade física. Participaram do estudo 15 jovens e adultos com DI com idade média de 26,82 ± 9,01 participantes do PROEFA e 18 jovens e adultos com idade média de 29,72±10,80 alunos da instituição APAE de Rio Claro. Os participantes do PROEFA realizaram atividade física por quatro meses (total de 30 horas divididas em encontros de 2 vezes por semana), já os participantes da APAE realizaram aulas de educação física regulares na instituição (carga horária de 1 hora semanal) durante os mesmos quatro meses. Foram feitas avaliações pré- e pósintervenção em ambos os grupos. Para o somatório de dobras cutâneas a Anova one-way mostrou efeito estatístico para o pós-teste no grupo do PROEFA (F1,31 = p = 0,033), o somátorio de dobras caiu de 192,20 para 176.10 (8,1%). Entretanto, o grupo APAE manteve o mesmo perfil no pré- e no pós-teste (pré 207,72, pós 207.91). Para o parâmetro de pressão arterial não foi encontrado diferença em ambos os grupos tanto no pré- como no pós-teste, o que é um bom resultado já que os valores (PROEFA pré 123/74 e pós 129/81; APAE pré 128/84 e pós 133/ 82) no pré e pós já se encontravam dentro do padrão de normalidade. Modificações expressivas foram encontradas no grupo do PROEFA em relação ao somatório de dobras, e a manutenção do perfil foi observado no grupo da APAE. Portanto, duas horas semanais em um programa de atividade física específico e com características de máxima participação melhoram o perfil de saúde dos participantes, já uma hora de atividade física em aulas regulares não são suficientes para alterações no perfil dos participantes, entretanto promovem a manutenção do perfil, o que para esse grupo de risco é considerado favorável.

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