Resumo

Introdução: A Paralisia Cerebral (PC) causa desordem no controle postural, na marcha e no desempenho funcional, e para a reabilitação desses aspectos clínicos apresentados, é utilizado a equoterapia. O movimento ao passo do cavalo resulta em movimentos da pelve e do tronco semelhantes à marcha humana, o que pode ajudar a integrar os sistemas sensoriais e motores. A equoterapia tem se mostrado benéfica para o desenvolvimento do controle postural, da marcha e do desempenho funcional, mas não existe um consenso comparando possíveis diferenças entre realizar a equoterapia uma ou duas vezes por semana. Objetivo: Verificar os efeitos da equoterapia, comparando a frequência de uma e duas vezes por semana, em relação ao equilíbrio postural sentado, aos parâmetros espaço-temporais da marcha na velocidade autosselecionada e rápida e no desempenho funcional em crianças e adolescentes com PC. Métodos: Os participantes do estudo foram alocados em grupos de uma sessão por semana (G1, n= 20) e duas sessões por semana (G2, n= 21). Todos participaram de 24 sessões de 30 minutos de equoterapia e foram avaliados na linha de base, com 12 semanas e após 24 semanas, utilizando uma plataforma de força, sistema GAITRite e o Pediatric Disability Assessment Inventory - Computerized Adaptive Test (PEDI-CAT). Resultados: Vinte e quatro sessões de equoterapia reduziram significativamente as variáveis do centro de pressão (CoP), houve efeito de tempo significativo, mas não de grupo, para a maioria das variáveis do equilíbrio postural (todos p < 0,001) e efeito de interação x grupo com diminuição da variável velocidade do CoP (p = 0,006; tamanho do efeito 0,24) na superfície estável com olhos fechados e diminuição da a amplitude anteroposterior do CoP (p = 0,003; tamanho do efeito 0,45) na superfície instável com olhos fechados para o G2 e não para o G1. Quanto à marcha, houve aumento de tempo significativo na velocidade e comprimento do passo na velocidade rápida também no G2 (p = 0,019; tamanho do efeito 0,64 e p = 0,036; tamanho do efeito 0,25, respectivamente), bem como redução significativa no tempo de suporte duplo na velocidade autosselecionada do G1 (p = 0,033; tamanho do efeito 0,42). Houve aumento em todos os domínios do PEDI-CAT (p ≤ 0,001) para ambos os grupos. Conclusões: Vinte e quatro sessões de equoterapia melhoraram o equilíbrio postural sentado, os parâmetros espaço-temporais da marcha e o desempenho funcional em crianças e adolescentes com PC, e uma maior frequência de sessões proporcionou mais benefícios no equilíbrio postural

Acessar